UBM lança nota de repúdio à terceirização da mão de obra

Esta terça-feira (7) foi marcada por uma intensa jornada de luta dos trabalhadores em todo o Brasil contra a terceirização da mão de obra. Em Brasília, onde aconteceu o maior ato, os manifestantes foram recebidos de forma extremamente truculenta pela polícia, a UBM lançou uma nota em repúdio à ação policial e ao projeto de lei que regulamenta a terceirização.

violencia da pm contra manifestantes - Agência Brasil

Na nota a entidade repudia ainda o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, por ter acionado a polícia que “se lançou feroz e de forma desproporcional contra os manifestantes” quando estes tentaram adentrar a casa de leis. A UBM manifesta ainda seu rechaço à tentativa do parlamentar de utilizar seu mandato para “calar a democracia e marchar contra os direitos conquistados”.

Leia a nota na íntegra:

Nota de repúdio: não à terceirização! Eduardo Cunha não nos representa!

A União Brasileira de Mulheres repudia veementemente o autoritarismo e a violência insidiosos com que os trabalhadores e movimentos sociais foram tratados no Congresso Nacional. A mando do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), a Polícia Legislativa se lançou feroz e desproporcionalmente contra os manifestantes e os impediu de entrar na própria Casa: a Câmara Federal.

O povo brasileiro e o movimento social organizado têm todo o direito de manifestar sua opinião, sobretudo quando versa sobre direitos sociais e trabalhistas conquistados a duras penas em anos e anos de lutas. Entretanto, representante de interesses estranhos ao bem estar da população, o presidente da Câmara vem abusando de sua autoridade para impor sucessivas derrotas ao povo brasileiro.

O projeto de lei que permite a terceirização do trabalho — PL 4330 do empresário e deputado Sandro Mabel (PMDB/GO) — é, em si, uma violência contra os trabalhadores e trabalhadoras. Representa a legitimação da precarização do trabalho e da vida de milhões de brasileiros em benefício de poucos, abrindo flanco, inclusive, para relações de trabalho análogas à escravidão. Não bastasse isso, o presidente Eduardo Cunha instalou um verdadeiro Regime de Exceção para vê-lo aprovado. Liberou a entrada dos representantes patronais e impediu brutalmente o ingresso da representação trabalhista. Trata-se de mais um escárnio do deputado à democracia e às leis brasileiras, pelo qual ele vem se notabilizando.

Nós, mulheres brasileiras, não admitimos que um parlamentar eleito com voto popular utilize seu mandato para calar a democracia e marchar contra os direitos conquistados com tanto esforço por gerações e gerações de lutadores e lutadoras do povo. Repudiamos e não admitimos congressistas procedendo ao arrepio da Constituição — como lamentavelmente estamos assistindo sob a presidência nefasta do Sr. Eduardo Cunha na Câmara — e exigimos a imediata retirada do PL 4330 e da PEC 171/1993 da pauta. Exigimos o respeito às leis, à laicidade do Estado, à Democracia e à República.

“Todo poder emana do povo e em nome dele é exercido.” É com essa convicção que seguiremos lutando, por novos dias de luz e contra as trevas do reacionarismo e autoritarismo que ora se instalam no Congresso Nacional.

Eduardo Cunha não nos representa!

Brasília, 7 de abril de 2015

União Brasileira de Mulheres
 

Do Portal Vermelho