Ebola já atingiu mais de 26 mil pessoas desde o início da epidemia

O vírus ebola contaminou mais de 26 mil pessoas desde o início da epidemia, há 16 meses, quando 10.823 morreram, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS), em seu último balanço, na quarta-feira (22).

Ebola - Reprodução

Segundo a entidade, a redução do número de casos confirmados parecia ter estagnado e apelou a mais esforços para interromper definitivamente a transmissão do vírus. Na semana anterior ao dia 19 de abril, foram confirmados 33 novos casos, 21 na Guiné-Conacri e 12 em Serra Leoa.

“A queda no número de casos confirmados foi interrompida nas últimas três semanas”, destacou a OMS, no seu último balanço. “Para acelerar o declínio da epidemia e reduzir a zero o número de casos, será preciso um empenho mais firme da comunidade internacional, melhorar a investigação dos contatos e o diagnóstico precoce”, acrescentou a organização.

No total, a doença foi contraída por 26.079 pessoas, quase todos na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa, os três países mais afetados pela epidemia na África Ocidental.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu recentemente que sua resposta à epidemia de ebola foi “lenta e inadequada” e que não foi “suficientemente agressiva” para evitar as mortes ocorridas.

“A resposta inicial da OMS [ao surto de ebola] foi lenta e inadequada, não fomos suficientemente agressivos para alertar o mundo, a nossa capacidade de ação rápida foi limitada, não trabalhamos corretamente com os nossos parceiros, não comunicamos adequadamente e houve confusão sobre papéis e responsabilidades dentro da organização”, diz documento da organização.

De acordo com a agência EFE, a OMS assumiu a posição em nota assinada pela diretora-geral, Margaret Chan. A organização diz que face às lições apreendidas, se compromete a reformar a instituição para dar melhor resposta às futuras emergências humanitárias.

De acordo com o comunicado, a responsável pela agência de saúde da ONU reconheceu que a instituição não deu atenção suficiente aos aspectos culturais da região onde ocorreu o surto.

"Um obstáculo significativo a uma resposta adequada foi o relacionamento impróprio com as famílias e as comunidades afetadas”, diz o texto.

Na África Ocidental, a região mais atingida pelo surto, é tradicional cuidar dos doentes em casa, lavar e abraçar o corpo, mas essas práticas multiplicam a infeção porque o vírus é transmitido por meio de fluídos corporais e aumenta à medida que a doença progride.

Para evitar que casos se repitam, a OMS assegurou que vai trabalhar com o novo organismo criado, que pretende integrar equipes médicas devidamente qualificadas em todo o mundo, prontas para intervir em caso de emergências graves, como epidemias.

Fonte: Agência Brasil