Escalada dos conflitos no Iêmen deixa grave impacto humanitário
Nas últimas quatro semanas de conflito no Iêmen, mais de mil pessoas morreram e 150 mil deixaram suas casas para escapar da violência, advertiu, nesta quinta-feira (23), o coordenador humanitário das Nações Unidas no país, Johannes Van der Klaauw.
Publicado 23/04/2015 14:39

Em um comunicado, o especialista lamentou que as hostilidades, intensificadas por bombardeios aéreos liderados pela Arábia Saudita, pioraram a já devastadora crise humanitária na nação da península arábica, onde os rebeldes hutis controlam setores estratégicos e provocaram o exílio do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi.
A escalada dos combates é responsável por aprofundar as penúrias da população, afirmou Van der Klaauw, que considerou que as cifras de vítimas fatais, feridos e desabrigados são muito conservadoras.
Segundo o coordenador, os choques armados relacionados com o avanço do movimento xiita Ansar Allah e os bombardeios da chamada coalizão árabe afetaram quase todo o país.
“Vemos no terreno uma interrupção nos fornecimentos de comida, combustível, água e eletricidade; as escolas, as instalações de saúde e as moradias foram danificadas ou destruídas”, precisou.
O funcionário das Nações Unidas assinalou que dois milhões de crianças iemenitas estão fora das salas de aula, enquanto o sistema de assistência médica está a ponto de colapso, pela falta de recursos e o aumento dos casos de diarreia, sarampo e malária.
Van der Klaauw afirmou que qualquer iniciativa para deter os confrontos será bem-vinda, em particular o cessar dos bombardeios aéreos e de artilharia da coalizão.
Há dois dias, Arábia Saudita anunciou o fim de aproximadamente um mês de incursões da aviação contra os rebeldes da tribo huti, ações bélicas consideradas uma tentativa de Riad e seus aliados regionais de frear a influência do Irã, potência que respalda os insurgentes.
No entanto, os ataques aéreos continuaram, ante os quais o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou preocupação e reiterou o chamado a pôr fim aos combates, em vias de abrir espaço para as negociações de paz.
Fonte: Prensa Latina