Cubanos recordam presença de Che Guevara no Congo

Os cubanos recordam, nesta sexta-feira (24), a presença do comandante Ernesto 'Che' Guevara no Congo, onde com um grupo de combatentes pretendia contribuir à independência dessa nação da África Central do colonialismo europeu.

Che Guevara

No dia 24 de abril de 1965 o guerrilheiro heroico, como também é conhecido no mundo, chegava a esse país em meio a um complexo panorama interno, segundo contam seus colegas de armas.

Oscar Fernández, comandante e médico de profissão, recordou o caráter jovial de Che, inclusive nos momentos mais difíceis, mas sempre com um alto nível de exigência com a tropa.

“Nós, junto ao Che, vivemos no meio daquele complexo panorama nacional entre históricas rivalidades étnicas e os interesses políticos individuais que impossibilitaram a formação de uma força considerável para desterrar de uma vez o colonialismo europeu”, comentou Fernández.

“Também se somava a esta empreitada a desconfiança dos irmãos congoleses, algo que atentava contra os objetivos traçados”, apontou.

“Embora existissem dificuldades técnicas – algo que obrigou nossos especialistas das comunicações a redobrar os esforços e a criatividade – Che sempre se manteve informado do que ocorria e mostrava preocupação diante da possibilidade de que as mensagens fossem interceptadas”.

Fernández considerou Che um homem brilhante e autocrítico, ao mesmo tempo em que realçou a valia dos combatentes da ilha caribenha, que sofreram o desabastecimento de alimentos e a hostilidade de uma natureza desconhecida até então para eles.

As contradições que vivemos os guerrilheiros cubanos no Congo, às vezes não tinha a lógica que esperávamos, afirmou o médico.

Por sua vez, José Antonio Palacio narrou que Che chegou a até realizar funções diplomáticas no Congo no meio dos desentendimentos internos, algo que também o fez mostrar seus dons intelectuais e estratégicos.

Ao referir-se aos inimigos que Che e seus homens encontraram, explicou que se tratavam de mercenários e forças regulares, estes últimos atores desataram uma ofensiva aérea e terrestre.

“Os inimigos não davam tempo ao descanso, saíamos de um combate para entrar em outro, e não foram poucas as vezes que ficamos sozinhos combatendo diante de uma força numericamente superior”.

Palacio destacou a valentia dos cubanos, muitos deles na idade compreendida entre 21 e 23 anos, algo que deixava claro ao inimigo que a luta seria até o último homem e a última bala.

Fonte: Prensa Latina