Chile deixa para trás sistema eleitoral da ditadura

O Chile deixou para trás um capítulo de seu sistema eleitoral herdado da ditadura, com a assinatura, nesta segunda-feira (27), de uma nova lei por parte da presidenta da República, Michelle Bachelet.

Bachelet surpreende e adianta reforma eleitoral no Chile - EFE

"Hoje é um grande dia para a democracia, deixamos para trás o sistema binominal que por tanto tempo limitou e prejudicou nossa representação política", declarou a chefe de Estado em uma cerimônia no Palácio de la Moneda.

Bachelet destacou que depois de um quarto de século de espera, "nossa pátria acaba formalmente com o sistema binominal, tiramos a tranca que distorcia a vontade e a participação das pessoas".

A presidenta detalhou que o binominal era o único sistema eleitoral no mundo que dava à minoria o mesmo valor que a maioria.

"Era um sistema concebido a partir do medo, o medo à livre determinação das pessoas, à representação plena, à inclusão, às maiorias, à democracia. Definitivamente, o medo da competência e da plena democracia", sentenciou.

Apesar da dirigente ter sublinhado que "esta vitória não se deve à imposição de um setor sobre outro, mas ao diálogo entre diferentes sensibilidades políticas", a oposição se mostrou inconformada com a medida.

A União Democrata Independente (UDI), de conhecida simpatia e defesa da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), não participou da cerimônia e a Renovação Nacional (RN) o fez, mas com tom crítico.

Não obstante, o projeto de lei foi aprovado no fim de janeiro após uma complexa negociação entre o partido do governo e alguns setores da direita que aceitaram o novo mecanismo.

A legislação permitirá mudanças no número de senadores e deputados e uma redistribuição dos distritos e circunscrições eleitorais.

No futuro, a quantidade de deputados passará de 120 a 155 e os senadores de 38 a 50.

Fonte: Prensa Latina