1º de Maio – Luciano Simplício: “Ainda temos muito o que avançar”

Presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-CE) considera o 1º de Maio a data máxima do calendário sindical do país.

Funcionário público com mais 30 anos atuando no movimento sindical, Luciano Simplício enaltece a atuação dos sindicatos para garantir avanços no setor. “Diria que o movimento sindical tem amadurecido muito e avançado nas conquistas, dentre elas a legalização das centrais sindicais, o real poder de compra do salário mínimo, a questão do pleno emprego são avanços importantes. Mas não podemos dormir no leito da vitória, pois a classe trabalhadora vive em ataque constante do patronato que tenta sempre retirar nossos direitos”.

Para o sindicalista, o movimento sindical tem aperfeiçoado sua atuação. “Cada vez mais vemos dirigentes estudando, sindicatos se aparelhado e buscando reforçar sua participação junto à classe trabalhadora. Nossa luta é constante por vivenciamos a batalha da luta de classes. As mobilizações e greves são nossas armas nessa queda de braço contra os patrões, que têm instrumentos mais fortes, como a mídia e até a própria justiça. Cabe a nós estarmos com mais garra, cada vez mais organizados, sempre debatendo a conjuntura política a procura de compreender cada momento com mais estratégias de como alcançar nossos objetivos”, defende.

Sobre o 1º de Maio, o presidente da CTB-CE enaltece o dia de manifestações. “Apesar das conquistas relevantes nos últimos tempos, como a Lei que valoriza o salário mínimo e a legalização das centrais sindicais, por exemplo, ainda temos muito o que avançar. Por isso a importância do 1º de Maio, dia em que temos a oportunidade de conversar com os trabalhadores e com a sociedade como um todo, dia de discutir o que queremos para nós e para o país”, avalia o sindicalista.

E os desafios para a classe trabalhadora só aumentam. O Projeto de Lei 4330 (terceirizações), recém aprovado na Câmara dos Deputados, e as Medidas Provisórias 664 (pensão) e 665 (seguro desemprego) representam grave risco de retrocesso. “O principal desafio dos trabalhadores é enfrentar a crise que afeta vários países do mundo. Assim como globalizaram a economia, acho que também devemos globalizar a luta da classe trabalhadora. Seja em qual país for, sempre querem colocar o ônus da crise para o povo. Não podemos aceitar que, mais uma vez, o trabalhador pague essa conta”, ratifica.

De Fortaleza,
Carolina Campos