Guerra na Ucrânia: terror fascista

A junta golpista ucraniana e as forças repressivas às suas ordens não conhecem freio na ofensiva antidemocrática em curso no país. Um dos alvos principais é o Partido Comunista da Ucrânia (PCU).

Lenin e a bandeira da República Popular de Donetsk

Na quinta-feira (23), foi assaltada a sede regional do PCU na cidade de Nikolaev, no Sul do País. A operação foi realizada pelos serviços secretos de Kiev (SSU). O primeiro secretário local do PCU e deputado em numerosas ocasiões, Vladimir Matveev, foi detido e interrogado pelo SSU, iniciativa cujo propósito é chantagear e manipular informação sobre a alegada atividade terrorista, denunciam os comunistas ucranianos.

Em notas assinadas pelo presidente do Comitê Central, o PCU considera os acontecimentos de Nikolaev “mais um crime do regime vigente” e “uma nova etapa na cadeia repressiva e de perseguição da dissidência, de caça aos apoiantes da paz e aos defensores do povo”.

“Estas ações provocatórias contra o PCU têm como objetivo desviar a atenção do povo das catastróficas consequências e falhas da política imposta pelo regime nacionalista-oligárquico”, sublinha igualmente a direção comunista, para quem, “tendo descido ao nível mais baixo e indecente”, o regime procura manter-se atacando “os que não pactuam com as suas políticas”.

Sem freio

Exemplo do clima de terror imposto pela junta fascista ucraniana foi também o ocorrido na cidade de Artemovsk, a Norte de Donetsk, onde numa sessão da autarquia os eleitos foram forçados a aprovar uma resolução de apoio à recente deliberação do parlamento da Ucrânia que qualifica a Federação Russa de “agressor”.

O representante do Ministério do Interior de Kiev na região de Donestk ameaçou toda a assembleia afirmando que “ou votam favoravelmente, ou serão considerados separatistas”. Fora do edifício, carros da polícia aguardavam pelos que ousassem opor-se.

“Certamente não consideramos a Rússia um Estado agressor. Mas como poderíamos argumentar quando eles nos apontavam armas?”, relatou ao PCU, sob reserva de anonimato, um dos presentes na reunião.

Outros casos de intimidação e crime têm sido noticiados. Segundo o jornal Rússia Today, membros do exército ucraniano e de batalhões mercenários ameaçaram e revistaram os veículos de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, ação repudiada, na segunda-feira (27), pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros russo. Já o site digital de uma organização ucraniana de defesa dos direitos humanos publicou, sexta-feira (24), um vídeo de uma alegada execução de um “militante pró-russo”. O antifascista teria sido crucificado e queimado vivo por soldados do batalhão Azov, assumidamente nazifascista, que no vídeo asseguram ainda que “isto é o que espera todos os separatistas, traidores e combatentes da resistência”.

Apesar da barbárie ser dominante na Ucrânia, a resistência persiste. Na região de Zaporozhie, militantes comunistas reergueram uma estátua de Lênin, destruída em março por grupos nazifascistas.

Fonte: Jornal Avante