SINT-IFESgo delibera sobre indicativo de greve no dia 20 de maio
Se for aprovado, UFG, IFG e IF Goiano paralisam serviços a partir do dia 28
O SINT-IFESgo irá realizar, no próximo dia 20 de maio (quarta), uma Assembleia Geral da categoria. O ato será realizado às 8h30 no Auditório da Faculdade de Educação e tem como objetivo debater e votar o indicativo de greve para o dia 28 de maio. Estão convocados todos os trabalhadores técnico-administrativos da UFG, IFG e IF Goiano.
Publicado 19/05/2015 15:00 | Editado 04/03/2020 16:43
A decisão dos trabalhadores de Goiás será encaminhada e analisada, junto com as deliberações dos outros estados, pela plenária nacional da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil – FASUBRA. A plenária acontecerá em Brasília nos dias 23 e 24 de maio e decidirá, com base no resultado das assembleias de todo o país, se a greve será deflagrada.
Serviços paralisados
Caso seja aprovada, a greve irá atingir todas as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) do país por tempo indeterminado. Uma série de atividades desempenhadas pelos profissionais, como a abertura de processos administrativos, o pagamento dos contratos, a comunicação, o funcionamento da biblioteca, dos laboratórios, da Rádio Universitária, do Hospital das Clínicas, entre outras atividades, poderão ter suas rotinas alteradas. Serão mantidos apenas os procedimentos de urgência e emergência, bem como as questões que causem danos permanentes e irreparáveis às IFES e à sociedade.
Negociação difícil
O indicativo de greve foi aprovado no congresso da FASUBRA, realizado na primeira semana de maio, e tem sido debatido com os(as) trabalhadores(as) desde o começo do ano, dadas as respostas negativas do governo federal às pautas da categoria. Muitas das pautas são remanescentes do processo de negociação do ano passado, ocasião em que o governo montou uma mesa de negociação, mas não cumpriu ou deu resposta aos itens listados.
Entre as principais pautas da categoria estão o aprimoramento da carreira; turnos contínuos com redução da jornada de trabalho para 30 horas sem redução de salários; concurso público via RJU para as IFES; democratização e autonomia para as IFES; e liberação imediata dos recursos orçamentários sem corte das IFES.
Estão em pauta também as reivindicações do conjunto dos servidores públicos federais. A principal é o reajuste salarial de 27,3%. Esse percentual foi definido considerando as perdas salariais de 25,3% que os trabalhadores sofreram nos últimos cinco anos por causa da inflação, mais um aumento real de 2%. Destacam-se ainda o direito à negociação coletiva, a isonomia salarial e de benefícios para os três poderes e a implementação de uma política salarial permanente.
Valorização da categoria e da educação
A coordenadora geral do SINT-IFESgo, Fátima dos Reis, afirmou que a categoria não quer entrar em greve, mas que o resultado das negociações com o governo federal está obrigando os trabalhadores a paralisarem os serviços. “O resultado de todas essas conversas nos mostra que o ‘não’ nós já temos, e que será necessária uma ampla mobilização de toda a comunidade acadêmica para que possamos reverter esse quadro”.
Fátima ressalta ainda que os técnico-administrativos desempenham um importante trabalho para as IFES e que, entretanto, são pouco valorizados. “Investir no trabalhador é investir em setores centrais da vida acadêmica sem os quais as Instituições Federais de Ensino não teriam condições de funcionar adequadamente. Toda essa estrutura é realizada por trabalhadores que possuem o pior salário do serviço público federal. A luta dos técnico-administrativos é, também, a luta por uma educação pública de qualidade”, concluiu.