Cuba e EUA alinham últimos detalhes para nova rodada de negociações

Delegações de Cuba e Estados Unidos dão, nesta quarta-feira (20), os toques finais a uma nova rodada de diálogo para avançar na restauração de vínculos diplomáticos, prevista para esta quinta-feira (21).

Cuba e Estados Unidos

Segundo adiantaram as partes nos últimos dias, a retomada das relações – rompidas há mais de meio século pela Casa Branca -, a abertura de embaixadas em Havana e Washington e o funcionamento das mesmas, centrarão os diálogos no Departamento de Estado.

Também coincidiram em assinalar o ambiente favorável para progredir no processo de busca da normalização dos vínculos bilaterais, anunciado em 17 de dezembro pelos presidentes Raúl Castro e Barack Obama, que sustentaram um histórico encontro no Panamá, no marco da 7ª Cúpula das Américas, realizada no mês passado.

Em declarações a jornalistas na capital cubana, o funcionário do Ministério de Relações Exteriores Gustavo Machín destacou o contexto positivo para a nova rodada de conversas.

Como também fizeram nesta ocasião a diretora-geral dos Estados Unidos na Chancelaria, Josefina Vidal, e a secretária assistente de Estado para os Assuntos do Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, que lideraram os encontros prévios, em 22 de janeiro em Havana, em 27 de fevereiro em Washington e no dia 16 de março, também em Havana, esta última qualificada pela ilha de uma reunião de acompanhamento.

“A decisão do presidente Obama de excluir Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo e os avanços na gestão para garantir os serviços bancários de nossa missão em Washington, criam um cenário bilateral propício”, afirmou Machín.

O país caribenho denuncia que representantes de Washington em sua Seção de Interesses em Havana violam o estabelecido na Convenção de Viena sobre diplomacia, a partir de sua participação em atividades dirigidas à subversão interna.

“É necessário encontrar uma interpretação comum dessa Convenção, face a uma retomada de vínculos sobre a base do estrito cumprimento do mecanismo adotado tanto por Cuba como pelos Estados Unidos”, sublinhou Machín.

Além das rodadas anteriores sobre a restauração de laços diplomáticos e a abertura de embaixadas, as partes têm estabelecido contatos técnicos a respeito de questões de interesse comum, como a migração, as telecomunicações, o correio postal e prevenção e resposta a derrames de petróleo em alto mar.

Outros assuntos conversados têm relação com as áreas marinhas protegidas, as cartas náuticas e a hidrografia, as tecnologias da informação e os direitos humanos.

Cuba celebra a aproximação com o poderoso vizinho do Norte, no entanto, é necessário que para gerar entre ambos países um contexto de normalização, Washington deve pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto à ilha por mais de meio século.

Neste contexto também está o reclame antilhano da devolução do território da Base Naval de Guantânamo e o cessar das transmissões ilegais de rádio e televisão, que acompanham há anos os planos de mudança de regime da Casa Branca.

Fonte: Prensa Latina