Parlamentares de São Paulo apontam conexão da Lava Jato com trensalão

Parlamentares petistas da Assembleia Legislativa de São Paulo pediram esclarecimentos ao procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, sobre o andamento das investigações do Ministério Público Estadual relativas ao trensalão tucanos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os deputados também pedem informações sobre as investigações da Operação Lava Jato para apurar a conexão com o doleiro Alberto Youssef.

Covas, Alckmin e Serra

Segundo investigações, o esquema funcionava desde 1998, passando pelos governos dos tucanos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

O pedido foi protocolado nesta segunda-feira (1ª/6) após reunião do promotor com os deputados. Os parlamentares reforçaram “a importância do instrumento da delação premiada para os empresários e agentes públicos acusados no cartel de empresas das licitações do Metrô e CPTM”.

O Ministério Público já apresentou sete denúncias contra mais de 30 executivos por delitos de ordem econômica pelo envolvimento no esquema.

Os deputados também solicitaram informações sobre o compartilhamento das investigações com o Ministério Público Federal do Paraná, que comanda a força-tarefa da Operação Lava Jato, já que há ligações de envolvidos do esquema com os investigados na Lava Jato.

A bancada do PT na Assembleia de São Paulo destaca o depoimento do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, um dos principais delatores do esquema de propinas. Com o doleiro, a Polícia Federal encontrou uma planilha com informações sobre pelo menos 750 contratos de todos os níveis da administração pública, inclusive em São Paulo.

Os parlamentares pedem dados sobre todas as ações em andamento e apresentadas à Justiça, com “nomes de empresários, agentes públicos e lobistas, além das respectivas empresas licitadas, consultorias e offshores mencionados em investigações do Ministério Público de São Paulo, Ministério Público Federal, CADE e ações da Justiça suíça”.

Segundo os parlamentares, o procurador-geral informou que responderá o ofício no prazo de 10 dias, quando pretende convocar uma nova reunião com os deputados.