CCBB Rio recebe projeto de leitura inclusiva no fim de semana
Uma mostra diferente vai levar crianças a viajar pelo mundo da literatura infantil a partir de amanhã (5) até segunda-feira (8), no Centro Cultural do Banco do Brasil – CCBB – no Rio de Janeiro, no lançamento da Instalação Todas as Pessoas Têm Direito a Conhecer Todas as Histórias – Leitura Acessível, criada pela Escola de Gente – Comunicação em Inclusão.
Publicado 04/06/2015 13:12
A instalação traz novos formatos do livro Sonho do Dia, da escritora Claudia Werneck, o primeiro livro brasileito impresso em diferentes formas acessíveis e de inclusão. O Sonho do Dia já foi lançado em 2011, em sete formatos, agora será relançado com mais duas formas de acesso. É um livro impresso em braile, falado, em forma de filme em libras e legenda, em tinta, e em desenho animado, com audiodescrição e legendas. Há opções em PDF, TXT e Daisy, uma forma digital acessível com recursos de navegação interativos.
A escritora Claudia Werneck, também fundadora da Organização Não Governamental Escola de Gente, que trabalha com inclusão, diz que, quando a criança começa a perceber que o livro é feito para todas as pessoas, ela aprende a "não discriminar em função de desigualdades e diferenças de qualquer natureza".
Claudia revela que, na instalação, cada formato trará apenas uma parte da história. "As crianças vão ter acesso a um pedaço do livro em cada formato. Quem não conhece braile vai perder o pedaço daquele conteúdo. Ela vai sentir um pouco da dificuldade, e saber como é triste você querer ter acesso a um conteúdo e não conseguir. O monitor vai explicar que é assim que muitas vezes a criança cega se sente, já que ela quer ter acesso ao conteúdo que, só impresso em tinta, ela não consegue ler”.
A instalação, no CCBB, foi feita pelo cenógrafo Tadeu Catharino, e tem o objetivo de proporcionar a todas as crianças a experiência de várias formas de acessar a literatura.
Claudia Werneck tem 14 livros lançados, sendo 13 deles sobre inclusão. Ela acha que a forma tradicional de publicação pode ser considerada ultrapassada. “O livro, como habitualmente se vê, para mim, já tem uma imagem de alguma coisa obsoleta, porque o livro impresso em tinta não pensa em todas as formas humanas de se acessar informação. Uma pessoa que não tem braço, que não enxerga, com baixa visão, com dislexia, analfabeta, não tem acesso àquela informação”.
O fim da história será contada pela própria autora, que ao fim da dinâmica vai conversar com as crianças sobre a experiência. A instalação pode ser visitada de 9h as 21h, com acompanhamento por monitores a cada 3 horas: 9h, 12h, 15h, 18h.