Inácio Arruda visita obras do Polo Industrial e Tecnológico da Saúde

O secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Inácio Arruda, visitou na ultima semana, o canteiro de obras da unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Ceará, no Polo Industrial e Tecnológico da Saúde, localizado no Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O secretário foi acompanhado pelo diretor do escritório técnico da Fiocruz no Ceará, Fernando Carneiro.

Também estiveram na comitiva, o presidente do Instituto Centec, Francisco Viana; os diretores do Nutec, Ricardo Mendes e Iêda Montenegro; Paula Lenz, diretora administrativa-financeira da Funcap; Maristela Santana e Remo Raulison, do CTI Renato Archer, e Sandra Monteiro, coordenadora de Ciência e Tecnologia da Secitece.

O Polo Industrial e Tecnológico da Saúde está sendo instalado em terreno de 55 hectares desapropriado pelo Estado, conforme o decreto nº 29.803, de 15 de julho de 2009. São três empresas âncoras: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia) e Isofarma.

Em 2012, o Governo do Estado desapropriou mais 22 hectares para a área de produção industrial do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos), setor de produção de vacinas e biofármacos da Fiocruz, que deverá ficar pronto em 2018. Os projetos estão sendo preparados para a produção inicial da vacina contra a febre amarela, e, em seguida, da taliglucerase, medicamento para a Doença de Gaucher. Os investimentos previstos pelo Ministério da Saúde para as obras da Fiocruz Ceará são de R$ 170 milhões em quatro anos. Além das desapropriações, o Estado também está investindo em obras de acesso ao Polo Industrial.

Salto para a C&T do Estado

O secretário Inácio Arruda considera a vinda da Fiocruz como um dos maiores acontecimentos em C&T dos últimos 10 anos no Ceará. “Está sendo preparada uma estrutura que vai abrigar pesquisadores e grandes laboratórios voltados à discussão das doenças negligenciadas, como é o caso da dengue, do calazar e da tuberculose, que persistem em nossa região. No entanto, haverá pesquisas avançadas em muitas outras áreas e, com a presença do CTI Renato Archer, teremos uma forte ‘liga’ entre Tecnologia da Informação e Saúde”, destaca.

O secretário enfatiza ainda a atração de indústrias por conta da Biomanguinhos. “A capacidade de produção de medicamentos possibilitará a vinda de conglomerados industriais para o Ceará”, afirma, lembrando também a interação que deverá ocorrer entre o Polo Industrial e Tecnológico da Saúde e as instituições de C&T do Estado.

Para o diretor da Fiocruz no Ceará, Fernando Carneiro, a instalação da fundação irá atrair para o Estado, a elite da ciência. O espaço ocupará uma área de 10 hectares e funcionará com laboratórios, centro de computação, auditório e 30 salas de aula. Também está prevista a instalação de uma Casa Verde, espécie de albergue para receber pesquisadores que venham desenvolver algum trabalho no local. A expectativa é inaugurar no segundo semestre de 2016.

“Um dos nossos grandes desafios é como gerar empregos e reduzir a desigualdade social. A integração regional e a preservação da biodiversidade também são pontos fundamentais para a entidade”, revela Carneiro.

Além do desenvolvimento do Polo Industrial e Tecnológico da Saúde, a Fiocruz irá atuar na estratégia de Saúde da Família, Saúde e Sustentabilidade Socioambiental fomentando o desenvolvimento científico e tecnológico da região. “85% do Ceará está no semiárido, então temos que saber olhar pra isso, ter muita sintonia com os nossos desafios. Doenças como o sarampo e a sífilis congênita são indicadores da saúde do Ceará que mostram a importância de se trabalhar a atenção básica e a saúde da família”, explica.

“A ideia da Fiocruz não é competir mas dar sinergia ao desenvolvimento da pesquisa do Ceará. O Polo também deve ser um espaço pra isso”, garantiu o diretor ao convidar as instituições vinculadas à Secitece, como o Nutec, o Centec e a Funcap a desenvolverem projetos em parceria, com a possibilidade de incubarem projetos voltados para a saúde no espaço da Fiocruz.

A Fundação coordenou a implantação do Mestrado Profissional em Saúde da Família com 10 Universidades do Ceará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Paraíba, formando a primeira turma com 94 mestres. No momento, 130 mestrandos integram a segunda turma. No ano passado iniciou o Doutorado em Medicina Tropical com a Universidade Federal do Ceará (UFC) para a formação de 12 doutores para esta área de pesquisa no Estado e, em breve, deverá lançar o Mestrado Profissional em Saúde, Direitos Humanos e Saneamento. A Fiocruz também está coordenando um curso de Biotecnologia na Escola de Educação Profissional Eusébio de Queiroz, no município do Eusébio, capacitando os estudantes para atuarem na futura unidade.

Fonte: Secitece