Unesco reitera chamado para proteger patrimônio cultural do Iêmen

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reiterou seu chamado para que se proteja o patrimônio cultural do Iêmen, ameaçado pelo conflito que vitima o país.

Iêmen

“Reitero meu apelo a todas as partes para que protejam porque encarna a alma do povo iemenita, é um símbolo de sua história e seu conhecimento milenar e pertence a toda a humanidade”, sublinhou a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.

Sanaa, inscrita na Lista de Patrimônio Mundial dessa organização, foi objeto de um ataque aéreo. Várias casas e edifícios históricos ficaram destruídos e registraram-se várias mortes, disse em um comunicado.

Entre os edifícios destruídos figura o magnífico complexo de casas tradicionais do bairro Al-Qasimi, situado junto ao jardim urbano de Miqshama, próximo ao canal de Sailá.

Sanaa é habitada há mais de 2.500 anos e é testemunha da riqueza e da beleza da civilização islâmica.

No primeiro século de nossa era emergiu como centro de uma rota comercial. Suas moradias e edifícios públicos são um exemplo de um assentamento humano tradicional islâmico.

Suas casas-torre de múltiplos andares, construídas com tijolo e terra batida e ricamente ornamentadas, são famosas no mundo inteiro e parte integral da identidade e do orgulho nacionais.

Sobre isso, Bokova manifestou estar profundamente consternada pela perda de vidas humanas e pelos os danos infligidos a uma das joias mais antigas da paisagem urbana islâmica. "Me entristece ver essas magníficas casas-torre de vários andares e seus serenos jardins reduzidos a escombros".

Assinalou que a destruição só conseguirá exacerbar uma situação humanitária difícil por si só.

Desde o início do conflito no Iêmen, várias residências situadas na zona de patrimônio histórico têm sofrido danos e derrubamentos devido a explosões.

Em 9 de junho, o complexo histórico otomano de Al-Owrdhi, situado logo atrás das muralhas da cidade velha, sofreu severos danos, assim como outros edifícios residenciais históricos, monumentos, museus, lugares arqueológicos e lugares de culto.

O valor histórico e a memória destes lugares têm sido alvo de danos irreparáveis que têm ficado destruídos, conclui o comunicado.