Negociações entre Farc e governo colombiano vivem fase de retrocesso
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, concluiu, nesta terça-feira (16), sua turnê europeia, que incluiu quatro países e cujo denominador comum é o apoio dos governantes e do Papa Francisco ao processo de paz.
Publicado 16/06/2015 13:43

Na cúpula entre a União Europeia (UE) e a Comunidade de Estados da América Latina e Caribe (Celac), realizada na Bélgica, na semana passada, o presidente explicou o progresso e as dificuldades do diálogo com as Farc, que visa acabar com a guerra interna.
Através de uma declaração conjunta, os participantes do encontro Celac-UE instaram o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a acelerarem as negociações e encontrarem uma solução política para o confronto.
Além disso, eles pediram o estabelecimento de conversas com o Exército de Libertação Nacional (ELN).
Como contribuição para o período pós-guerra, a UE aprovou a criação de um fundo para financiar programas específicos para o estágio seguinte ao fim dos conflitos.
Na Itália, o chefe de Estado foi recebido pelo Papa Francisco, em uma audiência privada. O pontífice pediu-lhe para perseverar na busca da paz e da reconciliação nacional. O Bispo de Roma também expressou sua vontade de desempenhar um papel nesses esforços.
Outro destino do tour foi a Suécia. O primeiro-ministro Stefan Löfven reconheceu a importância do processo para acabar com o conflito prolongado e ofereceu apoio. Já após sua passagem pela Noriega, o primeiro-ministro Erna Solberg também pediu que se acelere o diálogo pacificador e termine o conflito colombiano.
Enquanto isso, em Havana, equipes do executivo e das Farc tentam encontrar um consenso sobre questões controversas, ao passo que os colombianos vivem um ressurgimento da guerra.
Essa espiral de violência começou com a retomada dos bombardeios militares por parte do governo. Logo após, o movimento guerrilheiro ordenou a suspensão da trégua unilateral que estava posta desde dezembro.
Governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia realizam um diálogo em Cuba desde 2012. O confronto armado já matou cerca de 230 mil pessoas.
Depois de alcançar três acordos parciais, concordar com um programa de desminagem humanitária e a criação de uma comissão da verdade, ambas as partes em conflito estão agora debatendo os pontos mais controversos, como justiça transicional, que prevê penalidades para os atores do conflito.