Representantes das partes em conflito no Iêmen conversam em Genebra

Líderes dos rebeldes da tribo huti e do governo iemenita participam de conversas em Genebra para tratar do conflito interno no país.

Explosão após um ataque aéreo da Arábia Saudita em Sanaa, capital do Iêmen - © AP Photo/ Hani Mohammed

De acordo com o enviado especial da ONU para o Iêmen e organizador das conversas, Ismail Ould Cheikh Ahmed, a presença dos principais atores da crise não pode ser minimizada, porque pode significar um primeiro passo para uma solução.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e Ismail abriram nesta segunda-feira (15), na cidade suíça, as consultas, às quais os insurgentes chegaram com um dia de atraso "por dificuldades logísticas".

A organização espera aproveitar as conversas para gerar a confiança entre as partes de que é possível deter o conflito, que escalou no final de março com o começo de bombardeios liderados pela Arábia Saudita para frear o avanço dos rebeldes xiitas da tribo huti.

Diversas regiões do Iêmen sofrem com a crueldade dos combates entre o movimento Ansar Allah e as tropas leais ao presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, que fugiu ao vizinho reino wahabita, e com os ataques aéreos estrangeiros, responsáveis pela morte de civis e a destruição de infraestrutura vital.

Segundo Ismail, os diálogos de Genebra poderiam abrir o caminho à implementação de resoluções do Conselho de Segurança que chamam ao diálogo e à continuidade da transição no país da Península Arábica, onde se acredita que 80% da população precise de ajuda humanitária.

O enviado especial recordou às delegações presentes na cidade suíça que elas podem ter no máximo 10 integrantes.

As Nações Unidas fixaram como suas prioridades para as conversas o estabelecimento de uma nova trégua humanitária, para atender as vítimas do conflito, e da entrada em vigor de um cessar-fogo que leve depois ao fim total dos combates.

Em meados de maio, as partes acordaram cinco dias de trégua, considerados insuficientes pela ONU para atender ao impacto das hostilidades na população civil.