Governo do Equador busca diálogo, ao contrário da oposição

Um diálogo nacional por justiça social e equidade é a bandeira do governo do Equador contra os protestos de setores da oposição à gestão do presidente Rafael Correa.

Rafael Correa - Marcelo Casal Jr.

De acordo com o Secretário Nacional de Planejamento e Desenvolvimento, Pabel Muñoz, o debate visa construir uma sociedade melhor e priorizar o bem comum acima dos interesses pessoais.

“A geração de responsabilidade e o aprofundamento da democracia estão também entre os objetivos do diálogo, que procura envolver todos os equatorianos, de acordo com Correa, discutir que tipo de país que queremos”, disse. “Estamos dispostos a continuar a fazer as mudanças que o país necessita, com paz e democracia”.

A proposta de um diálogo nacional ocorre após as manifestações, algumas com casos violentos, que por vários dias, estreladas por grupos de oposição, foram realizadas em Quito, em Guayaquil e em outras cidades, contra um projeto de lei que iria aumentar os impostos sobre heranças.

Para evitar uma escalada da violência e promover um clima de paz e tranquilidade na véspera da chegada do Papa Francisco, Correa decidiu na segunda-feira (15) suspender temporariamente a proposta, mas o seu gesto conciliatório caiu em ouvidos surdos e os protestos continuaram.

Segundo o governo, o debate, que vai durar pelo menos três meses, visa aumentar a conscientização sobre as condições estruturais que causam a pobreza e a desigualdade no país.

“O maior pecado social da nossa América é a desigualdade”, disse, nesta quinta-feira (18), Correa, que considera essa desigualdade histórica intolerável no Equador e em outros países latino-americanos.