China possui nova maneira de cooperação econômica com a América Latina

A China está realizando grandes esforços para impulsionar a cooperação de benefício mútuo com regiões geograficamente distantes como a América Latina.

China e América Latina - Reprodução

Graças ao rápido desenvolvimento da cooperação entre a China e a América Latina, até o final de 2014, o investimento direto da China na área totalizou US$ 98,9 bilhões e o real volume combinado de projetos contratados na região alcançou US$ 67,6 bilhões, de acordo com dados do Ministério do Comércio da China.

Nos últimos anos, as relações comerciais entre a China e os países da América Latina e do Caribe tornaram-se mais estreitas. De acordo com dados alfandegários, o volume de comércio sino-latino-americano cresceu 0,8 por cento anualmente, chegando a US$ 263,6 bilhões em 2014.

Em maio, o premiê chinês Li Keqiang visitou Brasil, Colômbia, Peru e Chile, países com os quais existem acordos assinados no valor de dezenas de bilhões de dólares. Na visita, Li reiterou a aspiração chinesa de impulsionar a colaboração na capacidade produtiva com a região latino-americana.

A proposta do primeiro-ministro é incentivar as empresas chinesas a investirem na região para promover a cooperação no processamento de energia, mineração e produtos agrícolas e forjar a cooperação em toda a cadeia de indústrias de máquinas, siderurgia, química, alimentos e materiais de construção.

A América Latina teve um déficit de infraestrutura que tem impedido uma maior capacidade de desenvolvimento, mas ao mesmo tempo, tal falha é a oportunidade de investimentos mais atraentes na área.

Por seu lado, a China tem vantagens comparativas de capital, equipamentos e tecnologia de infraestrutura, por isso, o país asiático mostra grande interesse em investir nos países da América Latina neste domínio.

Segundo o secretário executivo adjunto da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), Antônio Prado, a China e América Latina têm uma convergência de interesses na infraestrutura. Ele observou que há excesso de capacidade na China na produção de máquinas e equipamentos para a construção de infraestrutura e também de engenharia em infraestrutura. Em contraste, a América Latina tem um déficit nessa área.

Para a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, a participação da China no reforço dos laços com a região ofereceu uma "oportunidade histórica". Ela apontou para a inversão da "reprimarização exportadora preocupante" gerada pelos altos preços das commodities, através de "ganhos de produtividade, inovação, infraestrutura, logística e treinamento e formação."

De acordo com Bárcena, "a cooperação entre a região e a China favoreceria o processamento de recursos naturais e ligações produtivas com a indústria e serviços".

Na indústria da tecnologia da informação, as empresas chinesas também têm um grande impulso para penetrar no mercado latino-americano.

Além disso, o Banco Industrial e Comercial da China e o banco brasileiro Caixa Econômica Federal celebraram um acordo que prevê um fundo de US$ 50 bilhões destinados a infraestrutura.

De acordo com Alicia Bárcena, a América Latina precisa diversificar a sua matriz produtiva e o perfil da exportação e a China vai apoiar este desafio.

Bárcena citou algumas palavras do Premiê chinês: "nós temos pensado e repensado a relação entre a China e América Latina e queremos um relacionamento como o que a América Latina precisa".

A visita de Li Keqiang a quatro países latino-americanos foi marcada pela cooperação na capacidade, infraestrutura e fabricação de equipamentos produtivos, para se tornar um elo entre as necessidades da América Latina e as vantagens da China.