Massacre de Charleston restaura debate racial nos Estados Unidos
O assassinato na quarta-feira (17) de nove pessoas na Emanuel African Methodist Episcopal Church, em Charleston, Carolina do Sul, reaviva o debate nos Estados Unidos sobre o racismo e a posse de armas de fogo.
Publicado 22/06/2015 15:06

No domingo (21), milhões de estadunidenses uniram-se ao pesar dos familiares das vítimas, todos afrodescendentes, e não faltaram os chamados neste domingo para debater estes problemas.
A representante democrata Donna Edwards disse no programa de televisão Fox News Sunday que o país ainda luta com as tensões raciais e chamou a um debate nacional sobre o controle das armas.
Enquanto o prefeito de Charleston, Joe Riley, disse que os Estados Unidos devem utilizar o recente assassinato para impulsionar a reforma das armas, algo estancado, disse, graças a um pequeno grupo de indivíduos bem financiados, em aparente alusão à Associação Nacional do Rifle.
Ao participar no espaço Estado da União da rede televisiva CNN, Riley afirmou que é "uma loucura a quantidade de armas e a facilidade de conseguir armas de fogo nos Estados Unidos".
Por sua vez, Cornell Williams Brooks, presidente da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP), pediu recursos ao governo para terminar com os crimes e grupos de ódio no país.
"Quando pensamos no fato de que neste país há 784 grupos de ódio, o nível dos crimes de ódio se manteve constante durante anos. Temos que atribuir recursos para fazer frente a estes grupos e estes crimes”, disse Brooks ao comparecer no programa da CBS "Face the Nation".
Dylann Roof, de 21 anos, foi acusado da morte de nove pessoas após abrir fogo contra uma igreja de Charleston, na Carolina do Sul, na noite da quarta-feira.
O massacre de Charleston é centro de críticas em todo o país sem importar as tendências políticas.
Nesse sentido, a candidata à nominação democrata para as eleições presidenciais de 2016, Hillary Rodham Clinton, indicou que a luta contra o racismo está longe de terminar.
Clinton pediu um enfoque de "sentido comum" das leis de armas, comprometendo-se a tomar medidas rápidas se for eleita.
A raça, disse Clinton, continua sendo "uma profunda fissura na América," apesar da eleição de Obama, o primeiro presidente negro do país, ao mesmo tempo que citou várias estatísticas que sugerem a desigualdade generalizada entre os estadunidenses brancos e negros.