Rússia exige igualdade nas relações com os EUA

Segundo Dolgov, Moscou está pronta para conversar com Washington só sobre bases de reciprocidade, e não admite lições das autoridades norte-americanas sobre a construção de princípios democráticos.

Em declarações à agência de notícias Itar-TASS, a autoridade pública recordou que a comissão presidencial russo-estadunidense incluía um grupo da sociedade civil, o qual planejava continuar um trabalho conjunto.

“No entanto, escutamos então a resposta geral de que os Estados Unidos estavam tão preocupados sobre os direitos humanos na Rússia que decidiram congelar este grupo, entre outras decisões ilógicas. Nunca lamentamos e não derramaremos nenhuma lágrima sobre este assunto. Neste momento, as sociedades civis russa e a norte-americana comunicam-se", sublinhou.

Dolgov recordou um recente comentário do chanceler russo, Serguei Lavrov, sobre a situação geral das relações bilaterais, e confirmou que os norte-americanos tratam de reassumir o diálogo "de uma maneira ou outra".

“Estamos plenamente prontos para estabelecer essas conversas”, assegurou o comissário de Direitos Humanos da chancelaria.

O diplomata indicou que Moscou e Washington mantêm diferenças nesta esfera, em particular a situação com as prisões de cidadãos russos em terceiros países por pressões norte-americanas, e a situação de crianças adotadas por famílias estadunidenses.

Dolgov esclareceu que o diálogo sempre é uma via de duplo sentido. A fórmula professor-aluno não funcionará mais. “Só teremos conversas em condições de igualdade, e estamos prontos para conduzir esse tipo de práticas”, acrescentou.

“Se querem nos dar lições sobre construção da democracia, é melhor que ensinem os estudantes de algumas universidades estadunidenses”, concluiu o comissário do Ministério russo de Assuntos Exteriores.