"O PT precisa construir uma nova utopia", afirma Lula

Nesta segunda-feira (22), durante a conferência “Novos Desafios da Democracia” realizada no Instituto Lula, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em discurso que "o PT precisa construir uma nova utopia" e defendeu uma "revolução interna no partido". "Queremos salvar a nossa pele, nossos cargos, ou queremos salvar o nosso projeto?", indagou.

Lula em seminário no Instituto Lula - Instituto Lula

Lula afirmou que o Partido dos Trabalhadores "precisa, urgentemente, voltar a falar para a juventude". "Fico pensando se não está na hora de fazer uma revolução neste partido e ter lideranças mais jovens, ousadas, com mais coragem", completou.

O ex-presidente ressaltou a importância da comunicação alternativa como forma de contrapor a grande mídia. O futuro, avaliou o ex-presidente, passa por dominar as novas tecnologias e dar importância à comunicação. "Temos que brigar melhor na internet, nas redes sociais", disse. Se não há espaço na mídia tradicional para os grupos de esquerda, "então vamos nós fazer comunicação".

A fala de Lula contemplou ainda um balanço dos avanços da democracia brasileira e identificou desafios para o futuro. A respeito dos últimos 12 anos de gestão do partido, ressaltou que "nunca antes na história do Brasil o povo exerceu tanto a democracia e participou das decisões do governo como no governo do PT".

"Se perguntarem qual foi meu maior legado, foi o exercício de democracia que praticamos no governo", afirmou o ex-presidente, depois de relembrar as 74 conferências temáticas nacionais realizadas entre 2003 e 2010 para discutir políticas públicas com a sociedade.

Enquanto relembrava seu governo, Lula refletiu sobre o amadurecimento do PT desde sua fundação, há 35 anos, até a fase atual, no poder. "Quando você é oposição, é muito fácil. Você pensa, acha, acredita. No governo, tem de fazer e tomar posições", afirmou.

A conferência “Novos Desafios da Democracia” foi promovida pelo Instituto Lula em parceria com as Fundações Friedrich Ebert e Perseu Abramo, e contou com a presença de políticos, intelectuais, representantes do movimento sindical e de movimentos populares.