Estado Islâmico destrói locais históricos na cidade síria de Palmira

Terroristas do Estado Islâmico (EI) destruíram dois antigos mausoléus muçulmanos na cidade histórica síria de Palmira, disse, nesta terça-feira (23), o diretor-geral de Antiguidades e Museus da Síria.

Palmira, Síria

Maamoun Abdulkarim informou que os terroristas explodiram os túmulos de Mohammed bin Ali, descendente de um primo do profeta Maomé, e de Nizar Abu Bahaaeddine, figura religiosa oriunda de Palmira. As explosões ocorreram há três dias, segundo o responsável.

O túmulo de Mohammed bin Ali está localizado em uma zona montanhosa, a cerca de 4 quilômetros ao norte de Palmira (no centro da Síria). O de Abu Bahaaeddine fica em uma zona com vegetação, a cerca de 500 metros das antigas ruínas de Palmira. Esse mausoléu, segundo o diretor-geral de Antiguidades e Museus da Síria, foi construído há mais de cinco séculos.

O representrante sírio informou que os bandidos do Estado Islâmico destruíram pelo menos 50 mausoléus históricos nas regiões que controlam no Norte e no Leste da Síria. “Consideram que esses mausoléus islâmicos são contra as suas crenças e proibiram as visitas a esses locais”, disse Abulkarim.

Há cerca de 10 dias, os terroristas do Estado Islâmico também destruíram vários túmulos em um cemitério de Palmira, acrescentou o responsável.

“Todos os túmulos em mármore foram destruídos. Para eles, as sepulturas não podem estar visíveis”, afirmou Abulkarim.

O grupo extremista assumiu o controle de Palmira, classificada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Património Mundial da Humanidade em 1980.

Desde então, os receios de uma eventual destruição do local emblemático têm aumentado, uma vez que os terroristas já destruíram diversos tesouros históricos, principalmente no Iraque.

Situada a 210 quilômetros a nordeste da capital síria, Damasco, a “pérola do deserto”, como é apelidada a cidade com mais de 2 mil anos, tem grande importância estratégica para o grupo terroristas financiado por Turquia e Estados Unidos.

A destruição de locais históricos no Oriente Médio é uma estratégia ligada aos interesses dos negociantes ocidentais de artefatos e objetos antigos, pois eleva demasiado os preços. O grupo terrorista, segundo denúncias de autoridades sírias, saqueia e contrabandeia esses artefatos.