Alerta no Equador: presidente apela à defesa da revolução

O presidente equatoriano advertiu, nesta semana, para a preparação de uma intentona visando derrubar o governo e chamou o povo à defesa do processo progressista em curso no país.

Rafael Correa

“Muito atentos companheiros, porque, insisto, somos a imensa maioria pacífica, mas vamos defender a nossa revolução”, garantiu no seu programa semanal Rafael Correa, para quem a mobilização popular é fundamental na manutenção da legalidade constitucional e das conquistas alcançadas durante a chamada “revolução cidadã”.

O apelo do chefe de Estado do Equador para que a população saia à rua e combata as conspirações golpistas ocorre quando o executivo de Quito enfrenta “uma campanha massiva de desinformação, desgaste e manipulação por parte da oposição”, sublinhou igualmente Rafael Correa.

Em causa está a apresentação na Assembleia Nacional, em 5 de junho, de dois projetos de lei que, no entender do governo e nas palavras do próprio presidente, têm como objetivo combater “o maior pecado social da nossa América: a desigualdade”.

Desde então, diversas ações foram desencadeadas para contestar a intenção do governo, obrigado a retirar provisoriamente as propostas de aumentar a carga fiscal sobre a riqueza e as mais-valias.

Rafael Correa assegurou, no entanto, que não desiste de fazer aprovar os projetos que incidem sobre os rendimentos e fortunas dos cerca de seis por cento dos equatorianos que acumulam o grosso da riqueza no território. Correa reiterou, ainda, que a intenção é melhorar a sua redistribuição, e lembrou que as normas tributárias sobre a matéria datam… de 1927.

Antes da advertência do presidente, a União de Nações Sul-Americanas pronunciou-se em defesa da legalidade democrática no país, contra as manobras e os apelos à violência feitos pela oposição de direita e pela oligarquia.

Recorde-se que em 30 de setembro de 2010 os setores mais reacionários equatorianos montaram uma cilada a Rafael Correa tendo como propósito derrubá-lo. O presidente resistiu com rara bravura, mas quando abandonou as instalações da escola nacional de polícia, onde permaneceu cativo durante várias horas, a sua caravana foi alvejada. O povo equatoriano, bem como facções das forças armadas, foi determinante para derrotar a intentona.

A comissão constituída para apurar os fatos concluiu que o golpe de Estado de 2010 foi pensado e posto em marcha por forças internas e externas. Cerca de uma centena de envolvidos foram, entretanto, condenados e 400 suspeitos aguardam pronunciamento por parte da Justiça.