Brasil mostrará no Canadá medidas para viabilizar Olimpíadas de 2016
As delegações esportivas que participarão dos Jogos Pan-Americanos em Toronto, Canadá, entre 10 e 26 de julho, vão conhecer as medidas adotadas pelo Brasil para viabilizar as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. No dia dia 11 de julho, em entrevista coletiva, será apresentada a Matriz de Responsabilidades das Olimpíadas e Paralimpíadas de 2016. Uma terceira versão do documento, com foco em operações e serviços, será divulgada no dia 28.
Publicado 25/06/2015 12:55
As soluções são definidas pelas três esferas de governo dentro do planejamento e diante de situações que possam surgir antes dos Jogos, disse nesta quarta-feira (24), o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Marcelo Pedroso, em entrevista. “Não descartamos a necessidade de adoção de medidas complementares para permitir a realização de algumas competições.”
Segundo ele, todas as obras das Olimpíadas estão caminhando de forma adequada, dentro dos prazos para garantir tanto a realização dos eventos-teste quanto dos Jogos. “Estamos falando de um grande desafio para o Estado brasileiro, ou seja, de garantir a entrega de um projeto conjunto de grande complexidade. Acho que o resultado tem sido muito positivo, porque temos conseguido manter tudo dentro das expectativas de entrega para a realização desses eventos”.
Há, por exemplo, uma série de medidas em curso para garantir um campo de prova adequado para a competição de barco a vela, na Baía de Guanabara. O primeiro evento-teste ocorreu no ano passado, e o próximo está marcado para agosto deste ano. Pedroso disse que a área ficará pronta até o dia da competição. “Estamos tomando medidas de contenção, colocando ecobarreiras, enfim, adotando estratégias de utilização de ecobarcos, por exemplo, para fazer coleta do lixo flutuante, que é o nosso maior desafio." Ele informou que também está sendo usada a tecnologia de biorremediação, com a qual espera um resultado muito positivo.”
Pedroso explicou essa tecnologia de combate aos produtos que contaminam a área não precisará ser usada durante a competição porque uma obra em curso na Marina da Glória vai integrar as redes de águas pluviais com o esgotamento sanitário, a fim de eliminar os lançamentos de esgoto no local.
Essa medida de esgotamento sanitário, segundo ele, vai melhorar a qualidade da água bem em frente à Marina. Nos pontos das raias onde serão realizadas as competições, o resultado atende a padrões internacionais, segundo o presidente da APO.
No caso do Complexo de Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro, que receberá 11 modalidades esportivas, entre as quais hipismo, saltos, adestramento e hóquei sobre grama, ele destacou o planejamento operacional que está sendo feito pelo Comitê Rio 2016.
Durante a viagem ao Canadá, Marcelo Pedroso pretende fazer contatos institucionais e observar de que forma os canadenses estão se preparando para garantir o uso do legado das instalações esportivas de Toronto depois dos Jogos. “Para nós, isso é de grande interesse, porque é o nosso foco de atenção no momento.” Caberá aos entes públicos definir o que é legado e o que estará no Plano de Política Pública e o que entrará na Matriz de Responsabilidades das Olimpíadas.
O Comitê Rio 2016 gerencia o orçamento dos jogos, que é privado, e atua na captação de recursos privados, oriundos de direitos de exploração da competição. Também prevê os investimentos necessários à realização das provas. A Matriz de Responsabilidades incorpora todos os investimentos previstos pelos governos para iniciativas exclusivas dos Jogos, além de parcerias público-privadas (PPPs). Um exemplo é o Campo de Golfe Olímpico. “Há uma participação forte do setor privado no custeio da Matriz de Responsabilidades”, afirmou Pedroso. O valor da Matriz de Responsabilidades totaliza, até agora, R$ 6,6 bilhões.
Já o Plano de Política Pública prevê todos os investimentos que se caracterizam como recursos de natureza pública, que implicarão na construção de um legado posterior às Olimpíadas. Pedroso disse ainda que investimentos em transportes são estratégicos para a transformação da cidade para os Jogos.