Livro aborda repressão contra professores no Paraná

O projeto de fotojornalismo Lente Quente, do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), lança na segunda-feira, 29, o livro de fotos 'Massacre 29 de abril: gás, bala, bomba e pimenta contra os professores do Paraná', sobre os acontecimentos do Centro Cívico de Curitiba, há dois meses. O evento inicia às 19h30, na Estação Arte (entrada pela Av. Benjamin Constant), no centro de Ponta Grossa. A entrada é livre e serão arrecadadas doações de roupas para a campanha do agasalho.

Livro aborda repressão contra professores no Paraná

A obra é uma publicação da editora Estúdio Texto, com apoio da Seção Sindical dos Docentes da UEPG (Sinduepg). As 120 páginas trazem 62 imagens feitas no fim de abril em frente ao prédio da Assembleia Legislativa do Paraná. As fotografias são acompanhadas por textos de depoimento dos fotógrafos e de contextualização da greve docente em 2015.

Quem assina a organização é o professor do curso de Jornalismo da UEPG, Rafael Schoenherr, coordenador do Lente Quente. “Queremos marcar a data de dois meses daquele triste episódio da história do Paraná com o lançamento do livro, que tenta contribuir com a memória da luta da educação pública em nosso estado”, explica.

As fotografias são dos estudantes Angelo Rocha, José Gabriel Tramontin, Pedro Guimarães, André Lopes, Rodrigo Menegat e do professor Rafael Schoenherr. A curadoria é do fotógrafo e estudante André Jonsson. A capa e o projeto gráfico são de Elaine Schmitt, pesquisadora do Mestrado em Jornalismo da UEPG. Coordena a edição de imagens a jornalista e professora Marcia Boroski, também do curso de Jornalismo da UEPG.

“Essa foi uma das atividades do nosso coletivo durante a greve. Estávamos lá com nossas câmeras para cobrir a manifestação pacífica dos professores pelos seus direitos e acabamos voltando de Curitiba com fotos que retratam a extrema violência policial praticada”, avalia o estudante e fotógrafo José Tramontin. O conceituado fotojornalista Henry Milleo assina dois textos na obra, em que explica o poder e a legitimidade do trabalho dos fotógrafos na denúncia de injustiças sociais.

Financiamento coletivo

O livro resulta de financiamento coletivo pela plataforma online Catarse, em que mais de 100 colaboradores de todo o país fizeram doações. Em 20 dias de campanha, o projeto conseguiu atingir a meta de R$ 10 mil, suficiente para a produção do livro e realização do lançamento. No evento, os livros e as recompensas previstas serão entregues aos apoiadores que colaboraram via Catarse. Aos demais interessados, o livro será comercializado por R$ 29, preço especial de lançamento. Todos os recursos serão destinados à divulgação e circulação dos 700 exemplares, além de permitirem a doação de equipamento fotográfico ao projeto Lente Quente.