Marcha das Margaridas recebe homenagem na Câmara dos Deputados

A 5ª Marcha das Margaridas foi tema de uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (1º). A marcha acontece no dia 12 de agosto em Brasília, o tema é “As margaridas seguem em marcha por desenvolvimento sustentável, com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade”.

Marcha das margaridas na Câmara - CTB

"A Marcha das Margaridas ocorre para que as mulheres tenham a oportunidade de expressar sua voz e sua luta por uma sociedade igualitária", realça Célia Regina das Neves Favacho, representante do Conselho Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas e dos Povos e Comunidades Tradicionais Costeiros e Marinhos.

Para ela, as mulheres do campo ainda sofrem muita violência porque faltam políticas públicas que atendam as necessidades delas. "Somos tratadas com muito preconceito em todos os espaços.

Somos humilhadas, maltratadas e neste momento político as coisas pioram. Cito um caso: uma mãe precisou ir pegar o Bolsa Família e pediu para a irmã tomar conta dos filhos. Quando ela chegou a menina de 7 anos já tinha sido raptada, sendo estuprada e assassinada. Aí vêm os deputadocom redução de maioridade penal em vez de proteger as crianças desses agressores adultos".

Marilene Betros, dirigente nacional da CTB, conta que a audiência serviu para as Margaridas entregarem a pauta de sua 5ª Marcha ao Congresso Nacional. "A Marcha das Margaridas é um instrumento fundamental para as mulheres rurais, das águas e das florestas para o fortalecimento da cidadania das mulheres", reforça.

“A CTB participa não só como parceira, mas através das cetebistas rurais que constroem o desenvolvimento e marcham em defesa dos seus direitos. Na luta para fazer o nosso país avançar no combate à pobreza no enfrentamento à violência contra as mulheres, na defesa da soberania alimentar e nutricional e na construção de uma sociedade sem preconceitos de cor, gênero, raça, etnia”, afirma Marilene. “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!”, entoam as margaridas o seu hino.