Jamil: O país não é o mesmo de 64 e estamos prontos para defendê-lo

O presidente da legenda, Jamil Murad, afirmou que os setores da direita “querem passar a imagem de que a batalha já está definida, mas nós sabemos que não está. O país não é o mesmo de 54 e de 64. De lá para cá, conquistamos participação social e estamos prontos para defender a nossa democracia".

A defesa da democracia e a retomada de crescimento do país foram temáticas centrais da reunião municipal do Partido Comunista do Brasil, realizado no último sábado (4), na Casa do Professor.

“O sentido da frente ampla segue sendo a defesa da democracia. Essa é a nossa tarefa número um, prioridade zero e neste processo o PCdoB é extremamente importante”, ressaltou Jamil.

A reunião aconteceu no mesmo final de semana que a convenção nacional do PSDB, que após oito meses de ser derrotado nas urnas, o candidato tucano Aécio Neves, defendeu novas eleições para a presidência da república.

De acordo com o vice-presidente nacional do PCdoB, Walter Sorrentino, “nós estamos no meio de uma conspirata que tem como objetivo atingir o governo Dilma, o Lula e também a esquerda”.

A análise feita por Sorrentino foi acerca da operação Lava Jato e do relatório do Tribunal de Contas da União. No caso da Lava Jato, a operação começou com uma prova ilícita a partir de uma gravação de um empresário com o seu advogado.

Além disso, não há razões jurídicas para que a investigação esteja sendo realizada no estado do Paraná. Só em três situações poderia ocorrer essa situação: a) se Curitiba fosse a sede do crime mais valioso; b) se fosse o local onde acontecesse o maior número de crimes e, c) se as sedes das empreiteiras fossem no Paraná.

“A operação Lava Jato segue o modelo da operação “Mãos Limpas” da Itália, que deu no Berlusconi, como maior autoridade daquele país. A operação é norteada pela antipolítica e o resultado é a antidemocracia”, refletiu o vice-presidente.

Frente ampla em defesa da democracia e do desenvolvimento

Diante desse cenário, os comunistas reafirmam que a saída é a constituição de uma Frente ampla e patriótica em defesa da democracia, do desenvolvimento e da soberania nacional.

O desafio se dá em meio a um contexto de enfrentamento de crise do capital que atinge os países em desenvolvimento. A presidente tem buscado enfrentar este cenário com acordos comerciais bilaterais com China, México, Estados Unidos e China.

Outro elemento relevante é a dispersão da esquerda. Diferente da crise política enfrentada em 2005, o movimento sindical está dividido e os movimentos sociais têm dificuldade em encontrar pontos estruturais que possam unificar amplos setores. “A esquerda está dispersa, falta senso de urgência, unidade de ação para forçar o governo a sair do ajuste e atualizar o projeto para retomar o projeto de crescimento”, disse Walter Sorrentino.