Revolução Sandinista é um marco na história da Nicarágua

O triunfo do povo encabeçado pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) e a derrota total da ditadura somozista em 1979 significou uma espécie de segunda independência, atestou o vice-chanceler Orlando Gómez.

Os 33 anos da Revolução Sandinista

Em diálogo com a Prensa Latina o vice-ministro de Relações Exteriores considerou que essa data constitui, se não a mais importante, uma das mais relevantes na história ampla deste país da América Central.

Após a independência em 1821, a vitória da Revolução Sandinista significa uma espécie de segunda independência, assinalou Gómez ao referir-se às décadas de opressão, falta de liberdade e sofrimento pela agressividade da tirania.

Segundo afirmou, o triunfo permitiu que a Nicarágua a partir desse momento transitasse pela história contemporânea com melhores possibilidades e tendências para o desenvolvimento econômico, as liberdades do povo e a renovação democrática que prevalece até hoje.

A respeito das transformações mais emblemáticas impulsionadas pela Revolução, destacou especialmente a reforma agrária, a qual a seu julgamento teve um impacto significativo ao gerar um processo de entrega de terras e conformação de cooperativas.

Disse que os efeitos daquelas iniciativas chegam até nossos dias, ao recordar que atualmente a maior produção de alimentos do país está nas mãos de pequenos e médios produtores que foram os beneficiados pela reforma agrária.

“Se agora temos uma espécie de autossuficiência alimentar é porque antes houve um processo que pode ser a chave na análise de tudo o quanto se fez”, opinou.

Mencionou igualmente outras mudanças de índole social promovidas pela Revolução, como a campanha de alfabetização e a chegada da educação e da saúde pública gratuitas.

“Todos estes aspectos configuram um conjunto de reivindicações para o povo nicaraguense que eram impensáveis nas décadas da ditadura somozista”, sublinhou.

No entanto, depois dos efeitos devastadores do bloqueio e da guerra financiada e organizada pelos Estados Unidos, a Frente foi derrotada nas eleições de 1990 ante uma coalizão que reuniu todas as forças políticas opositoras.

Em 2007, também pela via das urnas, o FSLN retornou ao governo para empreender uma nova etapa.

“A segunda etapa da Revolução implicou a restituição de direitos, pois os governos de corte neoliberal instaurados após 1990 e até 2006 tiveram como propósito desfazer todas as conquistas conseguidas”, sentenciou.

“Os programas sociais impulsionados pela Revolução são muito significativos”, expressou Gómez, que fez referência aos avanços não só em âmbitos como saúde e educação, como também elementos como a paz, a estabilidade e a segurança.