Vanessa rebate acusações por defender Zona Franca de Manaus 

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) divulgou nota respondendo as críticas feitas contra ela pela Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras). A senadora diz que foi “duramente criticada e desrespeitada pela minha posição contra as emendas à Medida Provisória 675 que são extremamentes prejudiciais para a economia do meu estado e do país”, em texto divulgado pela Afrebras. 

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Leia a íntegra da nota:

“Em relação a nota publicada pela Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras) na qual sou duramente criticada e desrespeitada pela minha posição contra as emendas à Medida Provisória 675 que são extremamentes prejudiciais para a economia do meu estado e do país, quero fazer algumas considerações:

A nota questiona se eu conheço o setor de refrigerante no país e diz que por força do poder econômico junto ao poder público houve uma drástica redução no número de empresas filiadas a esta associação. Primeiro esclareço que o atual mercado é representado por duas associações de classe. A Afebras, que não chega a representar 7% do mercado (e sequer divulga em seu site quais empresas ela representa), e a Associação Brasileira de Refrigerantes e Bebidas Não-Alcoolicas (ABIR) que representa 93% do mercado brasileiro (e divulga com transparência seus associados). As empresas associadas da ABIR defendem com veemência a produção de concentrados no Polo Industrial de Manaus. Ou seja, mais de 90% da produção de refrigerantes do país utiliza matéria-prima do Amazonas. Portanto, logo neste ponto esclareço com quem estamos tratando. Quanto ao problema de mercado, é evidente que envolve uma questão concorrencial e de competência.

Dizem que o setor é muito maior que as fábricas de concentrados. Orientam-me a olhar criticamente para as fábricas que não passam de “meras transferidoras de créditos e lucros para o exterior”. O setor de concentrados é o terceiro em faturamento e geração de emprego na Zona Franca de Manaus, está só atrás dos polos eletroeletrônico e de duas rodas. Em 2013, chegou a gerar mais de 14 mil empregos diretos. Ao todo são 57 mil empregos direto e indiretos envolvidos na cadeia produtiva local. Isso porque atende a 95% do mercado de refrigerantes no país e ainda exporta para a Venezuela, Colômbia e Paraguai. Para se ter ideia, só a Coca-Cola Brasil emprega diretamente no país 60 mil trabalhadores e gera mais 600 mil empregos indiretos. Estudo da Fundação Getúlio Vargas destaca que “é importante observar que o setor de concentrados, além dos empregos criados na ZFM, é o único a gerar riqueza para o interior do estado do Amazonas, com o agronegócio e a agricultura familiar, atividades responsáveis pelo fornecimento de matérias-primas agrícolas regionais”. Portanto, não se trata apenas de um setor, mas de uma cadeia produtiva envolvendo todo o país.

Na nota ainda afirmam que a Zona Franca é um mero instrumento para a elisão fiscal das empresas. Acusam-me de defendê-las por causa do financiamento da Ambev para minhas campanhas eleitorais. O estudo feito pela FGV conclui que o setor de concentrados é o que mais agrega valor econômico-social para a região e ao país, isso devido aos incentivos fiscais da ZFM e as contrapartidas como o emprego de matérias-primas agrícolas regionais. Dados do Ministério da Indústria e Comércio (MDIC) revelam que em 2014 o produto mais exportado do Amazonas foi o concentrado para a produção de refrigerantes, no total de US$ 253,4 milhões. A produção saltou de 70.250 toneladas em 2013 para 72.100 toneladas em 2014. São esses interesses que eu defendo, ou seja, o do desenvolvimento econômico do meu estado e do Brasil, e não de determinado setor. Como resposta a insinuação grosseiras e desrespeitosas, só posso falar que todas as doações para minha campanha seguem o rigor da lei.

Por fim, dizem que é enganação o discurso de que as empresas vão deixar o país caso acabem os incentivos fiscais para o setor de concentrados. Sem os atuais incentivos ficais a produção de concentrado no estado do Amazonas fica inviável por uma mera questão de logística. Estamos longe do mercado consumidor. As empresas do Polo Industrial de Manaus entendem que fora da Zona Franca de Manaus não possuem interesse de sequer produzir o concentrado no país. Elas possuem fábricas em toda a América Latina e um simples acordo tributário no México, por exemplo, viabilizaria levar o setor para aquele país. Infelizmente, essa é uma realidade.

Senadora Vanessa Grazziotin – PCdoB-AM”