Ato em São Paulo repudia violência contra jovem no Brasil 

Nesta sexta-feira (24), no centro de São Paulo, o Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo (Cress/SP) realizou ato de repúdio à violência contra os jovens no Brasil, pela efetiva implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente e contra a mortalidade de jovens nas periferias. Também foram realizados atos no Rio de Janeiro (Cress/RJ), Espírito Santo (Cress/ES) e Minas Gerais (Cress/MG).

Por Joanne Mota 

Ato em São Paulo repudia violência contra jovem no Brasil - Foto: Matheus Steinmeier/Assessoria de Comunicação

A manifestação, que também contou com a participação de movimentos sociais envolvidos nessa luta, como as Mães de Maio e Frente Estadual contra a Redução da Maioridade Penal, lembra os 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), além da luta por mais direitos para essa população, dialogando com o momento atual vivido pelo Brasil, principalmente na situação de debate da redução da maioridade penal.

Em entrevista exclusiva à Rádio Vermelho, o diretor do Cress/SP Luciano Alves (na foto) explicou que os assistentes sociais de mobilizam para rebater temas como o genocídio do jovem negro, os massacres da Candelária e da população de rua como um todo, além de lembrar casos recentes e acontecimentos passados de assassinatos de adolescentes.

Entre os enfrentamentos colocados por ele destaca-se a critica ao processo de privatização em curso no setor. Segundo ele, programas como o Criança Esperança, da Rede Globo, prejudica o avanço de políticas de Estado que realmente façam o enfrentamento do desafios do campo. 

"Outro enfrentamento que realizamos é o combate à terceirização da políticas públicas. Programas como o Criança Esperança confundem a população no que se refere de fato aos direitos e obrigações. Ou seja, transforma-se tudo em mercadoria", alertou ele.

Redução e eugenia

O diretor do Cress/SP também comentou a afirmação do deputado federal Laerte Bessa (PR-DF), relator do projeto de redução da maioridade penal na Câmara do Deputados, que em entrevista ao jornal britânico The Guardian, afirmou: "Chegaremos a um estágio em que será possível determinar se a criança no útero tem tendências criminosas". Ao confirmar essa hipótese ainda na gestação, segundo o parlamentar, "a mãe não será autorizada a dar à luz".

Para Luciano Alves "essa é uma afirmação fascista. Basta consultarmos a História para saber que todas as vezes que alguém tentou legitimar sua ideologia, o fez defendendo que violência é algo nato ao ser humano, que ela tem cor e etnia".