Foro de São Paulo é bastião anticolonial, afirma Julio Muriente

O Foro de São Paulo converteu-se em um bastião contra o colonialismo, afirmou o líder independentista porto-riquenho Julio Muriente. O co-presidente do Movimento Independentista Nacional Hostosiano (MINH) de Porto Rico disse que a causa do combate ao colonialismo é um dos temas principais do foro, que reúne mais de uma centena de organizações políticas da América Latina e do Caribe.

Líder independentista porto-riquenho Julio Muriente

“Existe consciência na esquerda que o que ocorre nas colônias afeta outros povos, pois utilizam nossos territórios como ponta de lança contra governos progressistas e de esquerda da região”, apontou.

Por isso, disse o MINH é referência do anticolonialismo e solidário com outros casos como o das ilhas Malvinas. “É uma grande vitória que o Foro de São Paulo seja um foro anticolonialista, em defesa da autodeterminação e da soberania porto-riquenha e de outros povos”, dimensionou.

Por sua vez, Wilma Reverón, também co-presidenta do MINH, se referiu à resolução adotada neste ano sobre o caso de Porto Rico no Comitê de Descolonização das Nações Unidas.

“É uma resolução de maior qualidade porque reflete a luta durante décadas por Vieques, pela libertação de nosso herói nacional Oscar López, porque abarca a crise econômica e a falta de poderes para atendê-la”.

Também, sublinhou, a resolução teve pela primeira vez o copatrocínio da Rússia, um aliado de grande peso na geopolítica mundial.

Reverón assegurou que o sistema colonial fracassou em Porto Rico, onde a dívida pública atinge os 73 bilhões de dólares, com uma população que não chega aos quatro milhões de habitantes e 14% de desempregados.

“Cerca de 40% de nossa população economicamente ativa está obrigada a viver dos subsídios e ajuda que vem dos Estados Unidos, cujas empresas levam do país anualmente 35 bilhões de dólares em ganhos”, apontou.