Renan afirma que pautas-bombas serão desarmadas

Enquanto o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) diz armar uma agenda de votações com pautas-bombas, o presidente o Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) garantiu que não haverá apreciação de pautas-bombas, ao contrário, vai trabalhar para desarmá-la.

Renan e Cunha

“Não haverá no Congresso Nacional pauta-bomba, ao contrário, nós estamos preocupados em desarmar a bomba que está posta aí, na economia. Eu não sou nem governista nem antigovernista, vou me pautar sempre como presidente do Congresso Nacional, um poder independente, autônomo, que quer colaborar com o país, com olhar sempre da sociedade”, disse Renan em entrevista coletiva nesta terça-feira (4), data do retorno das atividades parlamentares com o fim do recesso legislativo.

“Nós caminhamos com relação à independência e ela hoje é incompatível com uma colaboração com o governo, eu quero colaborar com o país. Nós vamos continuar fazendo críticas, apontando erros, mas, fundamentalmente, colaborando com o país”, definiu.

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), também comentou o assunto afirmando que "não há bomba fiscal" no Congresso Nacional. "Na reunião de líderes, o próprio líder do governo ressaltou que a pauta de agora é uma pauta que remanesceu do período pré-recesso. Então não é pauta-bomba, não. Essas coisas serão cuidadas com muita tranquilidade", disse o vice-presidente.

Vetos

Renan se reuniu com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na residência oficial do Senado. Ele afirmou que entre os assuntos debatidos com o ministro está a unificação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), como medida necessária para o fim da chamada “guerra fiscal” entre os estados, e o projeto que revê desonerações da folha de pagamento de empresas de 56 setores.

"Não votamos ainda porque nesse cenário de crise, recessão e desemprego, a proposta agravará o quadro. Será danosa ao país. Então vamos conversar sobre o que fazer", explicou ele, se referindo à desoneração da folha.

O senador disse ainda que os vetos presidenciais serão analisados conforme as regras atuais, na sessão do Congresso a ser marcada para a terceira semana de agosto. Entre eles, está o veto total ao reajuste aos servidores do Judiciário. "Nós vamos conduzir os trabalhos com o olhar da sociedade, sem levar em consideração essas preocupações imediatas e corporativas, porque isso não faz bem ao equilíbrio fiscal", afirmou.

Sobre a sucessão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Renan disse que, assim que chegar a indicação da presidente da República, Dilma Rousseff, despachará imediatamente para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), para levar no mesmo dia a decisão ao Plenário.

"Não amesquinharei o cargo de presidente do Congresso. A indicação é da presidente e não me envolverá pessoalmente. Tão logo ela indique o nome, seja quem for, eu despacharei para a Comissão de Constituição e Justiça e vou combinar com líderes para apreciarmos no Plenário no mesmo dia que sair da CCJ", afirmou.