Recife avalia implantação do selo verde para edificações sustentáveis
A regulamentação do selo verde para edificações foi debatida nesta quarta (12) pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, na abertura da 4ª Reunião do Comitê de Sustentabilidade e Mudanças Climáticas (Comclima). A ideia é estimular a construção de empreendimentos sustentáveis, visando diminuir o impacto ambiental e as emissões de Gases de Efeito Estufa na cidade.
Publicado 13/08/2015 16:02 | Editado 04/03/2020 16:55

A proposta é criar três tipos de selos específicos. O primeiro é o Certificado Construção Civil Sustentável, destinado aos empreendimentos habitacionais ou não que causam impacto ambiental. O segundo é o Certificado Social, voltado às construções populares, como moradias, pequenos comércios e serviços de bairro.
Está prevista ainda a concessão do Prêmio de Boas Práticas aos que promoverem uma boa relação com a cidade, envolvendo desde grandes empresas até associações comunitárias. A expectativa é de que a certificação do selo verde seja implantada até o final do ano.
Adesão voluntária
Segundo o secretário executivo de Sustentabilidade da SMAS, Maurício Guerra, a certificação terá adesão voluntária.
“Acreditamos que muitas empresas irão, espontaneamente, aderir à iniciativa. Hoje existem muitas ações com esse perfil sendo realizadas na cidade, como é o caso do telhado verde, implantado por alguns empreendimentos antes mesmo da sanção da lei. A sustentabilidade se reflete na qualidade de vida e sociedade já está pedindo essas mudanças”, afirmou.
O projeto recifense se baseia na experiência do Selo BH Sustentável, criado pela Prefeitura de Belo Horizonte (MG). Pioneira neste tipo de iniciativa no Brasil, a capital mineira implantou o programa em 2012 e definiu três níveis de certificação (ouro, prata e bronze), de acordo com a quantidade de medidas adotadas.
“O nosso projeto se diferencia do de Belo Horizonte pela inclusão de uma categoria destinada a moradias e comércios populares. Queremos estimular a adoção de soluções sustentáveis de baixo custo, mas que beneficiam a natureza e a própria população, como o aproveitamento de água da chuva. Além disso, temos o Prêmio de Boas Práticas”, explicou o secretário executivo.
Cinco eixos
Os níveis da certificação e as metas que os empreendimentos precisam cumprir para receber o selo ainda não foram definidos.
Contudo, a SMAS estabeleceu os cinco eixos que serão avaliados: mobilidade (bicicletário, banheiros com chuveiros na área comum de prédios, etc.); área verde (cobertura vegetal em solo ou superfícies construídas); resíduo (menor geração de lixo); baixa emissão de CO2 (inventário e plano de GEE); água e energia (otimização do consumo da água e eficiência energética).
A certificação integra as estratégias da PCR para diminuir as emissões de GEE na capital pernambucana. A expectativa é de que o selo incida de forma mais representativa na redução de CO2 proveniente do consumo de energia na construção civil. Segundo o inventário de GEE do Recife, o setor é responsável por 15% das emissões no município.
Com informações da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife.