Rússia e Irã recusam destituição de presidente sírio para acordo

A Rússia e o Irã decidiram conjuntamente pela rejeição à deposição do presidente da Síria, Bashar Al-Assad, como uma condição para resolver o conflito nesse país do Oriente Médio.

Presidente da Síria Bashar al-Assad - al-Thawra

“Se algum de nossos sócios consideram que deve-se condicionar a destituição de Al-Assad ao final do período de transição no país, para a Rússia esta postura é inaceitável”, assegurou o chanceler Serguei Lavrov em coletiva de imprensa conjunta com seu homólogo iraniano, Mohamad Yavad Zarif.

O Ministro russo de Assuntos Exteriores afirmou que essa decisão só corresponde ao próprio povo sírio.

Lavrov insistiu no critério de que a solução da crise na Síria só pode ser conseguida mediante o diálogo e chamou as partes do conflito a negociar sem condições prévias. Opinou o titular que a delegação dos opositores sírios deve integrar todos os grupos contrários às autoridades de Damasco.

Durante a coletiva de imprensa junto a seu hóspede iraniano, Lavrov destacou que a postura de Moscou neste tema é compartilhada por Teerã.

Sobre a conversa com Zarif, disse que trocaram opiniões a respeito da situação no Oriente Médio e no norte da África, com especial atenção ao tema sírio.

As partes reiteraram, segundo Lavrov, que a solução do diferendo sírio só pode ser conseguida através do diálogo entre os envolvidos e sem ingerência externa.

Ao referir-se ao tema nuclear iraniano e à implementação do acordo conseguido nas negociações entre Teerã e os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha, elogiou a em breve entrada em vigor do denominado Plano de Ação Universal Conjunto, aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Zarif, por sua vez, explicou que um dos pontos do acordo assinado em Viena estabelece que a planta nuclear de Fordow seja transformada em um centro de investigações científicas com participação da Rússia.

“Moscou e Teerã concordaram no acordo de cooperação sobre Fordow e na colaboração internacional, inclusive a científica, que se realizará nas zonas aprovadas para a pesquisa”, concluiu Zarif.