Israel reinicia construção de muro antipalestino

O Ministério de Defesa israelense reiniciou a construção do muro de separação no vale palestino de Cremisán, perto de Belém, apesar da rejeição do Tribunal Supremo.

Jerusalém - Middle East Monitor

Segundo os meios de comunicação locais, o órgão judicial solicitou que se reconsiderasse a retomada dessa obra que vai contra a integridade territorial palestina.

Na segunda-feira (17), a maquinaria pesada chegou ao vale de Cremisán, localizado entre a região palestina de Beit Yala e a colônia israelense de Guilo. Os operadores arrancaram oliveiras para preparar o terreno a fim de construir a barreira, declarou à imprensa Ibrahim Somalí, membro da Igreja da Anunciação.

"Israel instalou suas escavadoras e o Exército começou a arrancar oliveiras milenares para construir o muro. É uma tragédia para a natureza, uma tragédia para a comunidade cristã e uma tragédia para o povo palestino da área de Belém", disse o religioso.

O Exército planeja arrancar milhares de árvores para levantar o muro e, como de costume, não entregou aos proprietários nenhum mapa com o traçado do muro, para que os palestinos afetados "não possam recorrer de novo aos tribunais", acrescentou Somalí.

Os residentes de Beit Yala, o Monastério católico de Cremisán e seu convento protagonizam há uma década uma luta legal contra o estabelecimento do muro. Em abril, o Tribunal Supremo aceitou sua solicitação contra a construção, mas evidentemente o Ministério de Defesa não levou em consideração o caso.

Guilo é um bairro do sul de Jerusalém e encontra-se para além da Linha Verde do armistício de 1949, em uma área internacionalmente conceituada como zona ocupada nas cercanias da cidade Cisjordânia de Belém.