Oposição equatoriana ignora chamado pela paz e realiza marcha

Apesar do chamado da Defensoria do Povo (DP) pela paz e para evitar a violência que nada tem a ver com o legítimo exercício de protestar, a direção opositora indígena marcha, nesta quarta-feira (19), contra o governo equatoriano.

Rafael Correa

“Os atos violentos são incompatíveis com a democracia e questionamos toda forma de agressão que viole direitos”, assinalou a DP, que sugeriu canalizar as aspirações dos atores políticos nos espaços de diálogos democráticos abertos.

No entanto, o presidente da Confederação Equatoriana de Organizações Classistas Unitárias, Mecías Tatamuez, ignorou a petição da Defensoria, similar à do presidente Rafael Correa, que defende o diálogo para confrontar ideias e rechaça a violência.

Tatamuez convocou para esta quarta-feira uma marcha contra as políticas públicas governamentais e pedir a libertação de uma centena de detidos nos protestos de 13 de agosto, quando o excesso de violência feriu pelo menos 81 policiais.

O Ministério do Interior revelou que a greve nacional de setores contrários ao governo na semana passada deixou um saldo de pelo menos 81 polícias feridos devido ao lançamento de pedras, paus e objetos. Como consequência também se registraram detenções.

Nesse dia, Correa denunciou o sequestro de um agente policial, que já foi libertado, e a conspiração de grupos opositores que tentam desestabilizar o país.

O promotor geral do Estado, Galo Chiriboga, informou que 56 pessoas se encontram em prisão preventiva pelos violentos protestos, acusados de ataque e resistência, paralisação de serviços públicos, incitação à discórdia entre cidadãos e posse de armas.

Ao todo, a Promotoria registrou 111 pessoas detidas, entre as quais 50 por paralisação de serviços públicos nas províncias de Cañar, Esmeraldas, Morona Santiago e Loja.