Venezuela reitera busca por diálogo para solucionar disputa com Guiana
A Embaixada da Venezuela no Brasil divulgou, nesta terça-feira (18), uma nota em que reforça o posicionamento pacífico do país em relação a disputa territorial com a Guiana. Segundo o texto, o Governo venezuelano buscará resolver a questão através do diálogo. O comunicado lembra que este tipo de divergência ainda é um resquício do colonialismo e imperialismo dos países europeus na América Latina.
Publicado 18/08/2015 12:40
Segue a íntegra do comunicado:
Direitos soberanos da Venezuela sobre Esequibo
Duzentos anos se passaram desde que, em grande parte de nossos territórios, expulsamos o imperialismo espanhol e o colonialismo que nos dominou por mais de trezentos anos. Desde essa época e com inumeráveis obstáculos, temos sido sorteados com toda sorte de problemas, que novos impérios através de novos colonialismos nos colocaram, só para nos subjugar novamente.
Desde o alvorecer da Revolução Bolivariana, o Comandante Chávez não duvidou em declarar o caráter anti-imperialista e anti-colonialista do nosso processo político, este feito reconhecia o dano mais profundo que o primeiro (imperialismo) através do segundo (colonialismo) tinha feito para a humanidade. Quanto sofrimento poderia ter sido evitado na África ou na Ásia, evitando a peste que significou e significa o colonialismo e o neocolonialismo.
Em nosso continente, as Malvinas e Porto Rico são somente, as amostras mais evidentes, do dano colonial em nossa região, porém não são as únicas. Na América do Sul, a Venezuela e Guiana herdaram uma controvérsia limítrofe, produto do expansionismo do imperialismo britânico, que não duvidou em anexar-se do território venezuelano, ultrajando a soberania nacional e todos os princípios que lhe exigiam o Direito Internacional.
Hoje, quando o apetite imperialista materializado na voracidade das transnacionais do petróleo, pretendem com o apoio das oligarquias locais, minar a unidade e integração de nossos povos, promovendo, fomentando e alçando um conflito entre a República Bolivariana da Venezuela e a República Cooperativa de Guiana, a resposta da Revolução Bolivariana, de seu Governo e seu povo é divulgar e defender a Verdade sobre a desapropriação do Essequibo.
E esta defesa faremos através de uma diplomacia de paz, uma diplomacia que priorize o diálogo e a negociação, por cima dos insultos e das ameaças, essa diplomacia que tem caracterizado durante 16 anos a Revolução Bolivariana.
Estas tentativas desestabilizadoras da paz regional não aterrorizaram o decidido mandato do Comandante Chávez e do nosso pai Libertador Simón Bolívar de fazer de nossa América Latina e Caribe uma zona de paz, unida e integrada para o beneficio de nossos povos. Nada nos fará retroceder nessa convicção de união e irmandade na qual temos transitado e transitaremos, que hoje tem permitido a existência do Petrocaribe, Alba, Unasul e da Celac.
Desde a Revolução Bolivariana confiamos que a Verdade que nos acompanha se imporá e que nossos países alcancem através da diplomacia de paz e das sérias e sinceras negociações resolver este problema histórico legado do imperialismo e do colonialismo britânico, como tinha sido relatado por nosso presidente Nicolás Maduro “… tudo tem que levar com equilíbrio, com ponderação; a ideia mais justa deve ser defendida de maneira correta e justa também, sem cair em provocações; isso sim, respondendo-as. Na vida dos Estados, dos governos e dos países, há mecanismos para isso, a humanidade tem construído o Direito Internacional, tem construído um sistema internacional de relações – como o sistema de Nações Unidas – se tem construído toda a rede de convênios internacionais e para isso nosso país tem uma grande experiência na diplomacia internacional e na diplomacia de paz”.
Maria Loudes Urnameja Durant
Embaixadora no Brasil