PCdoB e movimentos convocam militância para contraofensiva dia 20

O presidente estadual do Partido Comunista do Brasil, João Batista Lemos, e o presidente da UJS-RJ, Igor Mayworm, concederam uma entrevista em que avaliaram a atual conjuntura política nacional e salientaram a importância das mobilizações e da unidade dos setores progressistas diante da ofensiva reacionária em curso no país.

Batista e Igor Mayworm convocam militância para contraofensiva

O presidente do PCdoB-RJ fez questão de alertar sobre as ações golpistas da direita brasileira e dos setores conservadores da sociedade:

“Vemos no país hoje uma ofensiva das forças conservadoras que tentam de todas as maneiras desestabilizar o governo Dilma, através de uma seletividade de setores do poder judiciário, da manipulação midiática e, até mesmo, por meio da violência, como no lamentável episódio da bomba no Instituto Lula. As classes dominantes não querem atingir somente o governo Dilma, elas querem atacar todo um projeto nacional de desenvolvimento iniciado por Lula em 2003”.

O presidente estadual da UJS, Igor Mayworm, também falou sobre a ameaça conservadora em curso no país:

“Estamos vendo no Brasil uma polarização da luta de classes muito forte, assim como nosso país presenciou às vésperas do golpe de 1964. Não vemos a direita e os segmentos mais reacionários da sociedade nas ruas em tornos de bandeiras conservadoras desde a conjuntura pré-1964; vimos nos últimos dias, inclusive, palavras de ordem muito semelhantes às utilizadas nas mobilizações do golpe. Diante deste quadro, os movimentos sociais estão tendo iniciativas importantes, buscando unidade, para reagir nas ruas contra as ações golpistas e reacionárias”

Batista destacou as importantes iniciativas de contraofensiva a estes movimentos golpistas:

“A última semana foi marcada por importantes iniciativas políticas em apoio à Dilma e em defesa do Estado democrático de direito. Tivemos um grande ato no Maranhão, e a importantíssima Marcha das Margaridas, com um protagonismo muito grande do PCdoB, da CTB, da UJS, da UBM, e de outras organizações, que atuaram em conjunto nessa importante ação. Tudo isso mostra um revigoramento da contraofensiva dos movimentos sociais e das forças progressistas. Precisamos consolidar uma Frente Ampla que reúna todas as forças que defendem a governabilidade e a democracia. Estamos caminhando para construir no Brasil uma Frente Popular forte”.

Batista continuou sua fala reforçando a grande importância do ato do dia 20 de agosto para a defesa da democracia e para a luta contra o golpismo e o conservadorismo:

“No dia 20 vamos às ruas para defender a democracia e para lutar pela retomada do desenvolvimento econômico em nosso país, lutar pela garantia do emprego e pela distribuição de renda. Vamos defender o Estado democrático e pressionar por mais avanços para a classe trabalhadora. Mobilizaremos as massas populares e suas lideranças para este importante ato. A identidade do PCdoB estará nas ruas junto com a mobilização popular. Convocamos toda militância comunista para ir às ruas com nossas bandeiras e com muita disposição, para darmos a resposta a todas essas iniciativas conservadoras e golpistas que estamos presenciando nos últimos tempos. Essa onda conservadora está tentando parar o país, mas não vai conseguir porque nosso movimento é muito forte, as organizações sociais brasileiras e os partidos políticos progressistas também, e nós vamos dar a resposta nas ruas, estancar essa ofensiva conservadora, virar a página e voltar a rumar o Brasil para o seu desenvolvimento e seu projeto de nação”.

O líder da União da Juventude Socialista no Rio de Janeiro também salientou a relevância da mobilização do dia 20 nesta conjuntura de luta política no país:

“No auge da crise política no primeiro governo Lula, o presidente também foi muito bombardeado pela grande mídia e pelo discurso da ética. Agiram da mesma forma contra Getúlio e Jango, e contra qualquer governo que ensaiou ter um mínimo de soberania na história do nosso país. Sempre foi pela ética que os entreguistas, os imperialistas, a mídia e a burguesia nacional – subalterna à burguesia internacional – atacaram os governos populares mais soberanos e com projetos desenvolvimentistas para o país. Essa passeata do próximo dia 20 é extremamente importante porque os movimentos sociais e as organizações populares vão reagir a essa ameaça golpista. O movimento social no Brasil é muito forte e combativo, e está se unificando para que no dia 20 possamos ir às ruas dar o recado aos golpistas e reacionários. O eixo central dessa ação será a defesa da democracia e a luta contra qualquer iniciativa golpista da direita no país. Mas essa passeata também terá um papel muito importante de pautar politicamente o país. Vamos às ruas também para dizer que a saída para a crise é jogar a conta do ajuste fiscal no bolso dos ricos, é taxar as grandes fortunas e heranças, é taxar as remessas de lucro das multinacionais, e repatriar as fortunas não declaradas em paraíso fiscais.

Esse é o caminho para superar a crise política e econômica e recolocar o Brasil no caminho do crescimento e do desenvolvimento. A UJS convoca sua militância para ir às ruas responder à agenda golpista da direita, defender a democracia brasileira e para lutar pela retomada do crescimento nacional”.