Quanto pior melhor: Aécio diz que vota contra redução da desoneração

Insistindo na política do quanto pior, melhor, o presidente nacional do PSDB e candidato derrotado nas urnas, senador Aécio Neves, afirmou nesta terça (18) que a bancada tucana vai votar contra o projeto do governo que reduz as desonerações sobre a folha de pagamento de empresas de 56 setores da economia.

Aécio Neves

A matéria deve ser votada nesta quarta-feira (19) pelos líderes dos partidos. "Votaremos pela manutenção da desoneração, proposta lá atrás por esse mesmo governo, para que não tenhamos também incertezas permanentes na política econômica brasileira que agravam, nesse momento de recessão profunda na economia, a situação dos empregos", disse Aécio.

A posição de Aécio confirma que a declaração feita recentemente, em entrevista a uma rádio, não se tratava de ato falho. Na entrevista, o tucano disse que o PSDB é "o maior partido de oposição ao Brasil".

Empresários

Outra demonstração que Aécio está na contramão foi o encontro de um grupo de 44 empresários, liderados pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, com o vice-presidente, Michel Temer, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),nesta terça-feira (18). O encontro busca uma alternativa à medida.

Os empresários defendem reajuste linear para todos o setores. O texto aprovado na Câmara eleva a taxação em mais de 100% para a maioria dos setores beneficiados com a desoneração da folha de pagamento, mas abre exceções para os setores de massas, pães, peixes, aves e suínos. No caso dos transportes, comunicação, call centers, calçados e confecção, o aumento foi de 50% na tributação.

“Entendemos que há necessidade de fechar esse ajuste fiscal. Estamos compreendendo, apesar de todas as dificuldades, a necessidade de aceitar algum aumento, mas queremos de forma linear”, defendeu Skaf.