Famílias Sem Terra são vítima de desocupação no Mato Grosso
Na manhã desta segunda-feira (31) as mais de 800 famílias do acampamento “Padre José Tem Cate” na fazenda de Nossa Senhora Aparecida, em Jaciara, no Mato Grosso, foram surpreendidas por uma ação policial de força desproporcional para cumprir uma liminar de reintegração de posse.
Publicado 31/08/2015 15:47

Um aparato policial com cavalaria e helicópteros iniciou a desocupação no começo da manhã. Além de idosos, cerca de 80 crianças e adolescentes também vivem no acampamento. Dois vereadores que estavam no local foram detidos.
De acordo com lideranças do Movimento, uma proposta para deixar o local de forma pacífica estava sendo elaborada para ser entregue nesta terça-feira (1) ao governo do Estado, Incra e juíza Adriana Sant’ana, titular da Vara Agrária, que deferiu a Liminar de Desapropriação (ação de despejo) concedida na ação de reintegração de posse.
Os camponeses recorreram para tentar revogar a decisão, mas não tiveram êxito. Lideranças do assentamento afirmam que o governador Pedro Taques tinha se comprometido em negociar uma solução com os assentados por meio da secretaria de Agricultura Familiar e Regulação Fundiária.
Segundo o MST, a fazenda pertence ao Grupo Amaggi, responsável por um dos financiadores da campanha do governador. A propriedade é registrada em nome de Wlademir Ival Lotto, secretário executivo do grupo.
O responsável pela operação e o coronel Tadeu, que apresentou aos assentados a possibilidade de cancelar a ação, caso tivesse autorização de Cuiabá. No entanto, o chefe da Casa Militar, coronel Siqueira Campos, não atendeu aos chamados.
Os camponeses tentaram recorrer ainda à secretária adjunta da Casa Civil, Ana Paula, que disse não ter informações sobre a operação. O MST tenta agora uma reunião com outras autoridades locais, entre elas o prefeito de Jaciara e vereadores, para tentar reverter a ação.