Putin destaca aliança energética estratégica entre Rússia e China

O presidente russo, Vladimir Putin, destacou o significado da aliança energética estratégica entre Rússia e China no sistema das relações internacionais, pouco antes de partir, nesta quarta-feira (2) para Pequim, em visita oficial.

China e Rússia - Associated Press

Putin, em entrevista às agências de notícias Itar-TASS e Xinhua, por ocasião de sua viagem oficial de dois dias ao gigante asiático, enfatizou que as sanções inadequadas contra seu país, por trás das costas da comunidade internacional, constituíram um estímulo para o desenvolvimento dos vínculos com a China.

"Nossos países avançam de maneira consequente para a formação de uma aliança energética estratégica, a qual desempenhará um papel medular nas relações econômicas internacionais, considerou o líder russo", em referência aos projetos milionários assinados por Moscou e Pequim no setor dos hidrocarbonetos.

Ele mencionou o contrato iniciado pelas partes durante sua visita em maio de 2014 para o fornecimento ao gigante asiático de cerca de 38 bilhões de metros cúbicos de gás russo por um período de 30 anos. A chamada rota oriental está concebida no projeto de construção do gasoduto Força da Sibéria, estratégico para a abertura dos mercados da Ásia-Pacífico.

Este ano, Moscou e Pequim começaram as conversas para o desenho da rota Ocidental dos hidrocarbonetos, por onde transitarão ao redor de 30 bilhões de metros cúbicos anuais do combustível, segundo o mandatário russo. "A execução desses projetos gigantes constitui, sem dúvida, uma prioridade em perspectiva imediata", enfatizou o estadista.

Putin atende um convite do presidente Xi Jinping às comemorações oficiais pelo aniversário 70 da vitória do povo chinês contra a agressão do Japão militarista de então. De acordo com o serviço do Kremlin, os mandatários terão reuniões oficiais e presidirão também as reuniões de ambas delegações em formato ampliado.

Sobre o acontecimento histórico, o presidente valorizou o fato de que a extinta União Soviética (URSS) e a China foram aliados durante a Segunda Guerra Mundial e hoje os dois países (Rússia como herdeira da URSS) compartilham ideias nas lições da guerra e de não glorificar o nazismo e o militarismo.

Ao final da visita serão assinados mais de 20 documentos sobre as diferentes esferas da cooperação bilateral, em particular de investimento e financeiro.

Segundo o assistente presidencial Yuri Uchakov, a programação da visita de Putin em Pequim, no dia 2 e 3 deste mês, inclui uma série de encontros com autoridades chinesas e intercâmbios bilaterais com líderes de outros Estados, entre eles o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.