Juca Ferreira: A cultura é a nova fonte de desenvolvimento dos países

Mais de 180 angolanos, a maioria jovens, participaram da Roda de Conversa sobre integração cultural Brasil-Angola realizada nesta terça-feira (8), na Casa do Brasil, em Luanda. A Roda, organizada e mediada pelo empresário e produtor cultural baiano Raimundo Lima, presidente da associação de empresários e executivos brasileiros em Angola, com apoio da Embaixada do Brasil em Angola, contou com a participação dos ministros brasileiro, Juca Ferreira, e angolana, Rosa Maria Martins da Cruz e Silva.

Juca Ferreira em Luanda - Helenise Brant

Na conversa com produtores, empresários, realizadores e personalidades da cultura angolana, – incluindo artistas de renome como os músicos Dionísio Costa e Vum Vum Kamusasadi – Juca Ferreira afirmou que os ministérios da cultura devem ser valorizados e reforçados porque a cultura tem tido papel cada vez mais importante na economia global. "Já é a segunda economia da Alemanha e dos EUA, por exemplo", citou.

Juca comentou que países como Brasil e Angola precisam diversificar sua economia e ressaltou que o Brasil ainda é muito dependente de commodities como soja e minério de ferro, assim como Angola depende do petróleo. "Nós temos um produção cultural forte e singular. É esta produção de bens simbólicos que poderá nos ajudar a dar o novo salto de desenvolvimento", tão necessário para melhorar a qualidade de vida de brasileiros e angolanos.

O ministro brasileiro defendeu a presença do Estado na cultura, "fundamental para criar infraestrutura, organizar e regular o mercado para que os produtores e empreendedores culturais possam atuar com mais eficiência e ganhar escala". Ele lembrou que também é importante a articulação entre Brasil e Angola e entre todos os países de língua portuguesa para que juntos possam se posicionar de maneira forte e sustentável no cenário global.

A ministra Rosa Silva afirmou que, embora em menor escala do que no Brasil, Angola vem pensando a cultura sob o ponto de vista econômico. Ela citou a recuperação do patrimônio edificado, que ficou deteriorado por causa da guerra civil de 27 anos. Disse que a restauração de prédios históricos, como o do Centro Cultural Brasil-Angola, inaugurado na segunda-feira (07), além de significar a preservação de valores simbólicos, está ajudando a incrementar a indústria do turismo.