Especialistas apontam indícios de guerra econômica contra Venezuela
A guerra econômica contra a Revolução Bolivariana na Venezuela procura deteriorar os mecanismos de integração existentes na América Latina, destacaram nesta segunda-feira (14) especialistas políticos, no contexto da Festa do jornal do partido comunista francês L'Humanité.
Publicado 14/09/2015 12:58

Por isso, há que ter em conta a estratégia global dos Estados Unidos como potência imperialista e hegemônica, apontou Rémy Herrera, especialista do Centro Nacional de Investigação Científica da França, durante um debate sobre o tema.
Herrera enfatizou que Washington procura solapar os mecanismos de integração existentes na América Latina, como a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).
A situação de desestabilização na Venezuela, promovida desde o exterior, tenta desestabilizar a Revolução Bolivariana e atiçar os confrontos entre esse país e alguns de seus vizinhos, como a Colômbia, sublinhou.
Herrera referiu-se à existência de uma organização em massa de fuga de alimentos e o incentivo do contrabando através da fronteira entre ambas as nações. Aproximadamente 30% dos produtos alimentícios importados pela Venezuela, terminam em contrabando, exemplificou.
O pesquisador recordou que na medida em que se radicalizou a Revolução Cubana, se recrudesceram as agressões econômicas dos Estados Unidos contra esse país. A seu julgamento, algo similar sucederá com o processo bolivariano, pelo que considerou necessário permanecer lúcidos com relação à natureza dessa guerra econômica.
O processo bolivariano é apoiado pelo povo porque se beneficia de lucros em matéria de saúde, educação e alimentação, acrescentou.
Ao intervir no debate, Bernard Cassen, professor emérito da Universidade Paris 8, referiu-se às pressões exercidas historicamente pelos Estados Unidos contra a América Latina, como a perpetração de golpes de Estado, a aprovação de leis extraterritoriais e outras formas de agressão.
"Washington acha que pode utilizar qualquer método para conseguir seus objetivos e agora a Venezuela está na mira", manifestou.
A Festa do L'Humanité, que tem lugar no parque Georges Valbon, vizinho a Paris, se encerra nesta segunda-feira, depois de três dias de um intenso programa.
Fonte: Prensa Latina