Refugiado chutado por húngara vira treinador de futebol na Espanha

Um ato de xenofobia serviu para a jornalista Petra László ser demitida da emissora de televisão húngara em que trabalhava e tornar conhecido na Europa o drama do técnico de futebol Osama Abdul Mohsen. Após as imagens do ato insidioso terem percorrido o mundo, Osama contou sua história aos jornais, o que acabou chamando a atenção do diretor do Centro Nacional de Formação de Treinadores de Futebol (Cenafe) da Espanha, Miguel Angel Galán.

Osama Mohsen e seu filho, Zaid

Osama chegou a treinar o Al-Fotuwa, um clube da primeira divisão síria que já obteve dois campeonatos nacionais. Ele deixou a Síria há um ano, quando o Estado Islâmico passou a aterrorizar a região norte do país, onde vivia, abrigando-se em um campo de refugiados na Turquia, país que reunia mais de dois milhões de refugiados sírios.

"Nos sentimos muito mal quando vimos a história de Mohsen publicada nos jornais. Vamos oferecer um emprego para ele, se tudo der certo, na nossa organização, assim que aprender a falar espanhol", revelou Galán ao jornal El País.

Ao mesmo tempo, enquanto o futebol vira um meio para propiciar um futuro digno para refugiados, a torcida do clube Lech Poznan, da Polônia, boicota os jogos do seu time porque a federação europeia de futebol (Uefa) decidiu doar 1 euro de cada ingresso vendido nos jogos da Liga Europa para ajudar os refugiados.

O sentimento anti-imigrante é peculiar num país que é dominado pela direita. Trata-se de atitude lamentável de cidadãos de um país que já sofreu flagelo idêntico, quando poloneses emigraram durante a primeira e a segunda guerra mundiais.

Veja o vídeo produzido pela HispanTV