Bancada do PMDB fecha apoio ao governo Dilma

Por ampla maioria, a segunda maior bancada da Câmara, o PMDB, com 67 deputados, decidiu, por 42 votos a 9 (dos presentes), pela continuidade do apoio ao governo Dilma. A legenda na Casa decidiu ainda pelo apoio à manutenção dos vetos da presidenta, o que ocorreu na votação na noite desta terça-feira (22), no Plenário da Câmara. 

O apoio do líder do PMDB, deputado Picciani foi fundamental. - Fotomontagem/Vermelho

No encontro da tarde, o líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), havia feito um apelo para que o partido demonstrasse unidade na votação dos vetos. “A bancada fechou questão pela manutenção de todos os vetos que têm impacto financeiro, entendendo que a situação do país requer austeridade fiscal e um compromisso com o equilíbrio com as contas públicas”, disse Picciani.

Segundo o governo, a possibilidade de derrubada dos vetos presidenciais geraria um gasto extra de R$ 23,5 bilhões em 2016. Entretanto, para se derrubar um veto, é preciso que a maioria da Câmara (257 deputados) e do Senado (41 senadores) seja a favor da derrubada.

Maior participação no governo

Conforme divulgado na imprensa, da reunião da bancada saíram os nomes que serão indicados à presidenta Dilma para possivelmente ocuparem o ministério da Saúde e uma pasta de Infraestrutura. Para a Saúde, ficou acertado os nomes de Saraiva Felipe (MG), Marcelo de Castro (PI) e Manoel Júnior (PB). Atualmente a pasta é ocupada por Arthur Chioro, indicado pelo PT. Para Infraestrutura, os nomes indicados são: José Priante (PA), Mauro Lopes (MG) e Newton Cardoso Júnior (MG).

Picciani afirmou que irá levar os nomes para que Dilma decida. “Existe um desejo de participar e ser ouvido nesse processo. A presidenta foi expressa ao dizer que a partir de agora haverá a mesma correlação de forças para as bancadas da Câmara e do Senado”, afirmou o peemedebista.

Com a vice-presidência da República, o PMDB ocupa, atualmente, seis ministérios: Agricultura, Minas e Energia, Turismo, Assuntos Estratégicos, Aviação Civil e Portos.

Reforma administrativa

A própria presidenta assumiu o diálogo com lideranças dos partidos políticos, aliados ao governo, para tratar dos cortes na Esplanada dos Ministérios. Na segunda-feira (21), a presidenta teve uma conversa no Palácio da Alvorada, com o vice-presidente da República, Michel Temer, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).

Lideranças do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) também foram recebidas pela presidenta Dilma, em um jantar no Palácio do Planalto, na última segunda-feira (21).

Desacordo

O PSB também reuniu sua bancada na Câmara, nesta terça-feira (22), e decidiu que passará a fazer parte da oposição ao governo e até mesmo apoiar o impeachment da presidenta Dilma. A deliberação não teve o aval por parte de lideranças históricas da legenda, dos três governadores do PSB e até mesmo de Marina Silva. Divergente, a opinião dos participantes do encontro será levada para deliberação da executiva nacional do PSB, na próxima semana.

Economia

Com o corte dos ministérios e com a redução do número de cargos comissionados, a proposta da presidenta prevê, segundo estimativas da equipe econômica, a contenção de até R$ 200 milhões.

A ideia da presidenta Dilma é fechar a reforma ainda esta semana. O anúncio está previsto para quinta-feira (24), antes da presidenta embarcar para os EUA, para a reunião anual da ONU.