Cordel Umbilical (Sonetos): Adeus, de novo

Adeus, amigos, estou velha e não posso mais rimar
Este soneto com certeza foi o último que formei
A memória já me falha, é preciso eu descansar
A vida não foi boa, muitas coisas eu enfrentei

Foram inúmeros os obstáculos que na vida eu passei
Mas para o mundo nunca dei demonstração
A vida foi portanto um pesadelo que sonhei
Assim diz o ditado: todo sonho é ilusão

Para os bons tempos deixo a gratidão
Para as horas amargas deixo apenas um adeus
Para quem me fez o mal deixo o perdão

Escolhi na Bíblia no livro de Mateus
O Evangelho que ensina o cristão a perdoar
Pois perdoando é que podemos nos salvar