Cordel Umbilical (Sonetos): Solidão

Não te quero, solidão, junto de mim
Deixa-me viver neste recanto de alegria
A paz de espírito e as rosas perfumadas do jardim
São minhas companheiras toda noite e todo dia

Quando estou triste, vou direto ao jardim da poesia
Onde faço meus castelos formulando os meus planos
Não quero ficar triste, porque tristeza é fantasia
Pois já carrego o grande peso dos meus anos

A gente canta, a gente ri, espancando os desenganos
Deixo ficar pra lá a solidão que tem seus danos
Abro a janela do meu quarto, escutando das aves a melodia

Sou como os pássaros, quero paz, quero sombra e água fria
Envelhecer sorrindo e cantando, sem dor, sem agonia
Pois os que sofrem e reclamam sempre entram pelo cano