Acnur: 700 mil imigrantes podem chegar à Europa

A cifra de imigrantes sem documentos que devem chegar este ano à Europa pode atingir 700 mil pessoas, de acordo com estimativas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) divulgadas nesta quinta-feira (1º/10).

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O número supera em muito os 219 mil migrantes registrados em 2014, bem como a previsão para 2015 de 400 mil, formulada há semanas pela mesma entidade.

Na crise migratória, considerada hoje a pior desde a Segunda Guerra Mundial, mais de 500 mil estrangeiros já chegaram ao velho continente, um fluxo que provocou caos, pois as autoridades da União Europeia (UE) não conseguem gerenciá-lo.

Segundo documento da Acnur citado pela agência Europa Press, em 2016, o fenômeno migratório poderia comportar cifras parecidas às deste ano, ou inclusive superiores.

A causa fundamental deste movimento de imigração são as difíceis condições de vida em países da África e Oriente Médio, onde algumas nações se encontram devastadas por guerras – como a Síria e o Iraque – ou imersas na miséria – como a Eritreia.

Além de medidas consideradas limitadas para gerenciar a crise, como reforçar as patrulhas fronteiriças, a Comissão Europeia propôs um plano de quotas com o objetivo de distribuir 120 mil refugiados nos 28 países do bloco.

Mas vários estados, como Hungria e Romênia, se negam a abrir portas aos estrangeiros e a Eslováquia decidiu apresentar no Tribunal de Justiça da UE um recurso contra essa iniciativa.

O papa Francisco lamentou hoje a ausência de normas claras na região para a recepção de imigrantes e refugiados, bem como para facilitar a integração e garantir o respeito a seus direitos.

De acordo com o papa, uma vez enfrentada e apaziguada a crise migratória, haverá que implementar programas para tratar as causas do fenômeno.

Será necessário evitá-lo em suas origens, a fuga de refugiados e os êxodos provocados pela pobreza, violência e perseguição, assinalou.

Fonte: Prensa Latina