EUA lidera guerra midiática contra ação russa na Síria

Seis países, com os Estados Unidos na liderança, desencadeiam agora uma escalada na guerra midiática contra a Rússia, ao acusar a aviação do Kremlin de bombardear posições da oposição síria e exigir o fim dos ataques.

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Frustrados na tentativa de frear as operações da Força Aérea Militar russa (VVS, na sigla em russo), solicitadas por Damasco contra centros de logística militar de grupos terroristas, a Alemanha, a Arábia Saudita, o Catar, a França e o Reino Unido se uniram a Washington na demanda.

"Fazemos um chamado à Federação Russa a cessar imediatamente os ataques contra a oposição síria, os civis e concentrar os ataques contra o Exército Islâmico", diz o texto das nações que colocam a derrubada do presidente Bashar al-Assad como condição para o fim do conflito.

Apesar da ajuda da Rússia, que leva a cabo o que está estabelecido na Carta da ONU e nas normas do Direito Internacional, países que há mais de um ano bombardeiam ilegalmente e sem sucesso o Estado sírio ameaçado pelo terrorismo expressaram de forma hipócrita no comunicado "alarme profundo" pela presença militar russa na Síria.

O sexteto deplora especialmente os ataques realizados contra Hama, Homs e Iblid, alegando que essas ações causam vítimas civis nestas regiões e ameaçam com agravar a situação, "alimentando a radicalização e o extremismo na região", com uma intenção qualificada por Moscou como "manipuladora".

A Rússia, no entanto, entende que as informações são tão explosivas como as bombas e mantém o porta-voz do Ministério de Defesa, general-major Igor Konachenkov, no Centro Nacional coordenador dessa pasta, que comunica à imprensa de forma permanentemente sobre os ataques, auxiliado por materiais audiovisuais.

Na quinta-feira (1º/10) foram realizados 18 ataques contra 12 objetivos do chamado Estado Islâmico, 10 deles à noite em ações pontuais contra sete objetivos terroristas, segundo o porta-voz.

Konachenkov explicou que os aviões de assalto Sukhói (Su-25) acertaram um acampamento do EI em Maaret Al Nuuman, província de Iblid, destruindo completamente casamatas, depósitos de armas e combustível, bem como um posto de comando e unidades de armamento na província de Hama.

Entre os alvos destruídos, o porta-voz mencionou um centro de treinamento.

O grupo aéreo da Rússia na Síria está integrado por aviões de combate Su-24M, Su-25 e caça-bombardeiros Su-34, capazes de destruir alvos de uma altitude superior a cinco mil metros. Na base próxima a Latakia, também estão estacionadas 10 aeronaves e um grupo logístico, segundo foi divulgado.

Na quinta-feira o presidente Vladimir Putin desmentiu na televisão que os bombardeios russos provocassem vítimas civis na Síria e explicou que a primeira notícia com esse conteúdo "apareceu antes de que os aviões decolassem".