Com golpe, oposição busca ‘encurtar seu caminho ao poder’, diz Dilma

Abertura do 12º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores é marcada por discursos firmes de Lula e Dilma. Em sua fala, a presidenta tomou a frente da defesa de seu mandato, atacando os golpistas e ressaltando sua biografia.

Dilma - Roberto Parizotti/Repodução CUT

“Esse desejo de retrocesso não é contra mim. É contra esse país que estamos construindo”, diz Dilma sobre a tentativa de golpe da direita. E completa: “Eu represento os avanços do presidente Lula. Eu represento a soberania nacional, na figura do pré-sal (…). Esse Brasil tem a primeira geração de crianças que não passou fome e teve oportunidade de estudar. É contra isso que estão lutando”, explica a presidente para uma plateia de operários.

Lula destacou que, com essa fala histórica, Dilma se firma como líder política capaz de conduzir o país à superação da crise. “Deixamos de ter apenas uma presidenta para termos uma líder política do Brasil”, disse Lula. “Ela veio dizendo a todos: ‘Eu sei de onde vim e para onde vou’ […] ‘Não se enganem aqueles que pensam que virei uma mulher apenas preocupada com o mercado’, porque o mercado não votou nela. Quem votou nela foi a peãozada”, concluiu.

O ex-presidente criticou ainda a oposição que busca impor sua agenda de impeachment. “Dilma não ganhou as eleições para bater boca com os perdedores. Se eles querem chorar, que vão comprar cebolas”, afirmou.

O Concut, que definirá a nova Executiva Nacional da entidade e apontará a linha política a ser seguida nos próximos quatro anos, começou na noite desta terça (13) e segue até o sábado (17).



Leia trecho do discurso da presidenta:

“Vivemos uma crise política séria, que se expressa na tentativa dos opositores ao nosso governo de fazer o terceiro turno. Essa tentativa começou após as eleições. Agora, ela se expressa na busca incessante da oposição de encurtar seu caminho ao poder. Querem chegar ao poder dando um golpe, com impedimento de um governo eleito pelo voto direto de 54 milhões de pessoas.

O que era inconformismo por terem perdido a eleição transformou-se em desejo de retrocesso e ruptura institucional, em golpismo. O golpe que os inconformados querem cometer é, mais uma vez, e como sempre, contra o povo. Mas podem ter certeza: não vão conseguir.

Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra? Lutarei para defender o mandato que me foi concedido pelo voto popular, pela democracia e por nosso projeto de desenvolvimento.

Sou presidenta porque fui eleita pelo povo, em eleições lícitas. Tenho a legitimidade das urnas, que me protege e a qual tenho o dever de proteger. Sou presidenta para dar continuidade ao processo de emancipação do nosso povo da pobreza e da exclusão, e para fazer do Brasil uma nação de oportunidades para todas e todos.

A hora é de unir forças. A hora é de arregaçar as mangas e combater o pessimismo e a intriga política. Quem quiser dialogar, construir a paz política, construir o futuro, terá meu governo como parceiro.

Acerta a CUT quando diz, no lema do 12º Congresso, que direito não se reduz, se amplia. Permito-me acrescentar que democracia não se reduz, se amplia.”