Cinco filmes argentinos sem Ricardo Darín
Impossível falar em Argentina sem citar o cinema. Os argentinos produzem muito, e com bastante qualidade. É a produção cinematográfica mais destacada do continente. No entanto, os filmes que costumam fazer sucesso entre o grande público ultimamente têm algo em comum: o ator Ricardo Darín. Sim, a equipe do Vermelho também admira muito o trabalho dele, mas selecionamos cinco filmes onde Darín não aparece, e nem por isso deixaram de conquistar os amantes da sétima arte.
Por Mariana Serafini
Publicado 16/10/2015 17:44

As políticas públicas voltadas para a produção cinematográfica na Argentina são muitas, mas o marco desta indústria tão promissora se deu em meados dos anos 90, quando o Instituto Nacional de Cine e Artes Audiovisuais enfrentou o grande mercado mundial de Holywood e estabeleceu regras no país para a exibição de filmes nacionais e estrangeiros. Na época, quase 90% das salas argentinas exibiam o cinema norte-americano, mas a resolução que regulamenta a cota de exibição estabeleceu regras nas quais os exibidores deveriam estrear e manter filmes nacionais em cartaz. Esta medida abriu um amplo terreno para o crescimento da produção cinematográfica interna.
Os incentivos não pararam por aí, em 1995 foi sancionada a Nova Lei de Cine, que incentivou tanto o cinema, quanto a televisão, captar recursos para financiar as produções e estabelecer regimes de co-produção internacional. Esta iniciativa abriu um novo caminho para o cinema argentino e surgiram autores que renovaram a estética e a linguagem no país.
Outra ação importante do Instituto foi a criação do Fundo de Fomento Cinematográfico, taxas que geram receitas. Ou seja, as taxas são cobradas de três fontes: 10% sobre o preço da bilheteria, 10% sobre venda ou aluguéis em locadoras e 25% da renda do Comitê Federal de Radiodifusão, que regula o rádio e a televisão. Desta forma, os subsídios disponibilizados à produção são ligados aos resultados da bilheteria. Já os produtores independentes, que nem sempre contam com sucesso de bilheteria, utilizam o subsídio de Recuperação Industrial, mecanismo que seleciona e adquire algumas das produções.
Estas iniciativas públicas, aliadas à uma tradição de produção cinematográfica que vem desde a metade do século 20 transforaram a Argentina num polo. Desta forma, não foi difícil selecionar cinco obras onde um dos atores mais admirados da América Latina não participa. Os cinco filmes sem Darín são todos da nova leva que começou nos anos 2000.
Porém, não resistimos e sim, vamos dar uma colher de chá e indicar dois filmes com Darín, mas estes são um bônus. Estão no final da lista.
Veja a lista na íntegra:
As Acácias (Pablo Giorgelli)
Uma história simples e singela. O filme mostra, de forma bastante minimalista, o início de uma amizade (ou não) entre Rubén, um caminhoneiro solitário, e Jacinta, uma desconhecida para quem ele aceita dar uma carona de Asuncíon, no Paraguai, até Buenos Aires, na Argentina.

Esta comédia mostra as desventuras de uma família de 12 integrantes que resolve fazer uma viagem em um motorhome desde Buenos Aires até um município no interior de Misiones, ao Norte da Argentina. Além das peripécias que acontecem no meio do caminho, o filme traz uma paisagem incrível do país vizinho.

Diversas histórias que se cruzam e têm em comum o fato de se passar no mesmo povoado. Uma jovem que ganha um prêmio de um programa de TV, um velho que sai em busca de seu cão fugitivo e um homem que pretende o amor de uma mulher.

Uma comédia romântica que traz à tona “problemas da vida contemporânea”. Solidão, busca de atenção e/ou relacionamentos pela internet (e as decepções que isso pode gerar), a facilidade de se “desfazer de memórias” arquivadas de forma eletrônica…

Juan Villegas (Juan Villegas) é um homem de 56 anos que, nos últimos 20 anos, trabalhou em um posto de gasolina localizado em uma estrada pouco movimentada da Patagônia. Após o posto ser vendido, os novos donos pensam em modernizá-lo e, com isso, Juan é demitido juntamente com os demais empregados.

Este file tem uma das melhores cenas dos últimos tempos do cinema argentino: uma perseguição a um suspeito dentro de um estádio de futebol completamente lotado. A história do recém aposentado Bejnamin Esposito envolve a paixão pela literatura (e por sua chefe), a investigação de um crime macabro e a relação com seu grande amigo Pablo Sandoval.

Um misto de minimalismo e fantasia compõe esta obra que traz um Darín absurdamente recluso e rabugento. O personagem Roberto vive atrás do balcão de uma pequena loja de ferragens e tem o hobbie de colecionar notícias inusitadas.
